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CORRUPÇÃO OU HONESTIDADE? Parte 2

João Maria da Silva. Endereço eletrônico: joaomaria.ag@gmail.com

O normal não pode ser corrupção pelo simples fato de uma sociedade não sobreviver muito tempo a esse valor negativo. O destino da sociedade corrupta é o caos. É claro que é possível ser honesto. E mais, é possível se transformar em uma pessoa honesta. E é muito mais tranquilo ser honesto.

Uma coisa importante é aprendermos com nossas experiências, Na difícil convivência nesta sociedade complexa, fazemos escolhas ou somos levados pela correnteza do cotidiano por caminhos difíceis e que não escolhemos. Nenhuma pessoa é estática, o que significa dizer que o que somos hoje não seremos amanhã. Somos seres históricos. O importante é que mesmo errando podemos aprender como os nossos erros e nos transformar em pessoas melhores. Ninguém está condenado a ser a mesma pessoa. Logo, nunca podemos reduzir uma pessoa a um predicado. Uma pessoa será uma pessoa, histórica e plural.

Questiono muito o valor passado por essa absurda sociedade da competição, na qual o que importa é a vitória, a qualquer preço. O efeito deste absurdo está na crise em que vivemos e que se instalou de forma mais radical no final de 2008. O neoliberalismo reproduziu esses valores desde a década de 1980 e agora começamos a sentir seus efeitos mais perversos. A crise foi gerada por esses valores que só podem resultar em ganância desenfreada.

Para estabelecer relações econômicas ou fazer negócios não é necessário a desonestidade. A desonestidade é fruto da perda dos limites em uma sociedade que idolatra a competição e o sucesso.

Copiar trabalho da Internet, não estudar... buscar sempre o caminho mais fácil são sintomas de desonestidade na escola, principalmente entre os jovens. Isso é grave. O problema maior no campo da educação é que ela se transformou, nesta sociedade de consumo, em um produto, e o aluno em um consumidor. Isso é o fim da escola. A pior consequência é que o aluno, muitas vezes, acredita que o objetivo do curso é o diploma e não o aprendizado, que é uma grande ilusão. Assim sendo, perde-se a percepção de que é o aprendizado que importa. Porquanto, em uma típica e inútil relação de consumo o aluno compra a prazo seu diploma para depois pendurar na parede de sua casa. Existem cursos em que alguns alunos saem piores do que entram, em outros alguns saem ilesos. O pior de tudo é quando encontramos alunos que não querem saber: em meio a tanta informação disponível vivemos o fenômeno da incuriosidade.

É possível reverter esse quadro. Para isso precisamos refundar nossa sociedade. Precisamos de solidariedade, fraternidade, diálogo, diálogo, diálogo...

Não precisamos de tantas bugigangas, de tanto consumo. Não precisamos do egoísmo e a competição deve ficar para a sadia disputa dos esportes, em que deveria ser mais importante a diversão.

 

João Maria da Silva.
Endereço eletrônico: joaomaria.ag@gmail.com

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