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100 anos de vida e amizades

Cerro Negro

Laudelina Rosa de Jesus Telles, ou simplesmente "Tia Lauda", é uma mulher atenciosa e repleta de histórias. Mas a sua principal riqueza admite, são as muitas amizades que conquistou ao longo dos anos e que faz questão de conservar. Ela tem muito que comemorar, aliás, chegar aos 100 anos de vida, comemorado no dia 08 de setembro, com boa saúde, não é para qualquer um. Mas ao invés disso, prefere, se exaltar pela ótima convivência que mantém com praticamente todos os moradores de Cerro Negro. "Tenho uma grande amizade com todos, pois é a maior riqueza que podemos ter na vida", disse Tia Lauda, durante a festa em sua homenagem, organizada pelos amigos, familiares e a prefeitura municipal, através da equipe da Secretaria de Assistência Social.

Devota de Nossa Senhora Aparecida e bastante religiosa, ela não esquece da oração antes de dormir. No entanto, a memória um pouco fraca, em virtude de sua idade, atrapalha a sua religiosidade. "Às vezes não me lembro direito das orações, mas o importante é agradecer a Deus pelas coisas boas que acontece todos os dias", diz.

Tia Lauda nasceu na localidade de Macaco Branco, interior de Cerro Negro e atualmente mora com uma filha no centro da cidade. Ao todo são três filhos, 16 netos, 74 bisnetos e 22 tataranetos.

"Apesar da idade avançada, sempre gostou de cuidar de suas coisas pessoais. Sabe bem certinho quais são as roupas que possui em sua cômoda, que só ela gosta de mexer", conta à filha Maria Juventina Gonçalves.

Segundo ela, a mãe, sempre foi uma pessoa cuidadosa e admirável. "Nos dias que recebemos visitas em casa, ela não vai deitar-se, enquanto não acomodar as visitas nos quartos. Ela diz que é feio, ir deitar-se e deixar as visitas na cozinha", ressaltou Juventina.

Por outro lado, ela lembra que a mãe tem uma qualidade não muito agradável. "Ela sempre foi bastante autoritária. Gosta de comandar", citou, emendando uma história. "Certo dia, pedimos para que cuidasse do fogo no fogão de lenha. Num tom exaustivo ela respondeu: eu não cuido não, não sou foguista!", recordou.

Outra passagem divertida e emocionante, que menciona de sua mãe, foi quando viu um computador. "Quando viu aquela máquina pela primeira vez, se encantou achando que era um potente e moderno rádio. Quis, logo saber como fazia para mandar uma mensagem para os filhos de longe. Um deles já partiu desta vida e ela nem sabe ainda. Foi um momento de grande emoção", ponderou dona Juvita, que cuida da mãe há mais de 30 anos e se sente feliz e realizada por isso.

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