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O prazer pelo trabalho supera a idade avançada

Anita Garibaldi

Arilde Maria Biardi Duarte, ou simplesmente Dona Arilde, 77 anos, é um exemplo de superação e bom gosto pelo trabalho. Mesmo com a idade avançada, ela nem pensa em abandonar a profissão de sorveteira, que exerce há mais de trinta anos. "Adoro trabalhar. Acho que se eu parar, minha vida para junto", confessou a admirável senhora.

Como a profissão é exercida somente durante o verão, no inverno ela se vira como pode. "Infelizmente no período de frio sou obrigada a fechar o estabelecimento. Para compensar, procuro desenvolver outras atividades caseiras para não ficar aborrecida e cair no desanimo", afirmou.

A vida de empresária iniciou mesmo, após a morte do marido, ocorrido há 19 anos. Uma filha a ajudava na época, mas infelizmente o destinou entrou em cena novamente e tirou a vida da filha e companheira de trabalho. Então, Dona Arilde passou a tomar conta sozinha da sorveteria.

Segundo ela, esse amor que mantém pelo trabalho, adotou quando ainda era uma criança. "Aprendi com meus pais a ser uma pessoa esforçada e batalhadora diante das dificuldades e por isso enquanto estiver com forças, certamente estarei por aqui, independentemente da idade que terei", disse Dona Arilde, afirmando que o trabalho é uma de suas realizações.

Perguntada, de onde tira tanta disposição, a resposta logo surge de sua voz suave e adocicada. "Acho que é a vontade de viver, aliada a amizade que mantenho com minha clientela", ponderou ela, "O trabalho deve ser considerado dignificante pelo ser humano, pois através dele, se consegue tudo o que se quer e se pretende para a sua vida, bem como de sua família. Por isso não me conformo com tantas pessoas que se sujeitam a passar o dia perambulando por aí, sem ter o que fazer. Mesmo tendo condições de trabalhar, preferem viver de sacanagens ou dependendo da ajuda de seus semelhantes", completou.

Apesar de seus cinco filhos e sete netos, ela acredita que a continuação da atividade dificilmente acontecerá por algum componente da família Duarte. "Meus filhos todos já tem seus compromissos e os netos preferem apenas saborear os sorvetes. Mas não tiro a razão deles, pois se trata de uma profissão pouco rentável e não recomendável para a garotada que está iniciando", salientou.

Os sorvetes, marca Dona Arilde, ao longo dos anos se tornaram bastante famosos na cidade, as famílias costumam freqüentar o ambiente, principalmente nos finais de semana para se deliciar com os vários sabores encontrados. "Quem não conhece ou já não experimentou o delicioso sorvete da Dona Arilde? Todo mundo conhece e tenho certeza que todos falam bem, pois tem um gostinho diferenciado. Acho que é a mão dela que consegue essa essência fabulosa e envolvente", explicou a balconista Soleci Cercena, que costuma freqüentar o estabelecimento quase todos os dias no período de verão.

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