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Produzir laranja se tornou uma fonte de renda em Celso Ramos
Há 13 anos surgia no município de Celso Ramos a Cooperativa dos Citricultores de Celso Ramos - Cocicer, com foco na produção de laranjas. No início tudo foi muito difícil, pouco conhecimento, faltava assistência técnica e alguns dos produtores que investiram na nova cultura, acabaram abandonando logo no início, porém um grupo acreditou que era possível e junto a Epagri, Secretaria de Agricultura e mais recentemente o apoio da Enercan, hoje Celso Ramos está se tornando um grande produtor de laranjas, tendo plantado cerca de 45 hectares da fruta entre os cerca de 42 associados da cooperativa.
Um dos exemplos de quem investiu no início e continua acreditando e tendo bons frutos, é Idalino Zanoni, 69 anos, e seu filho Paulo Tonizete Zanoni, 44 anos, ambos moradores na Linha Ferri, interior de Celso Ramos.
Pai e filho fazem parte da cooperativa e viram no cultivo da laranja uma nova fonte de renda para a família. Atualmente eles tem 2,5 hectares de terra plantadas com a fruta entre os pomares mais antigos e os novos, produzindo cerca de 50 toneladas por hectare.
Neste ano, os compradores que vêm buscar a granel as frutas no município são das cidades de Joinville e Criciúma, porém segundo Paulo, atualmente são entregues sem a classificação, ficando o valor um pouco mais baixo. "Se tivéssemos um caminhão para fazer o transporte e levar até a cooperativa, conseguiríamos fazer a classificação e pegar uma valor maior, mas por enquanto está bom", comenta Paulo.
Hoje o barracão construído há aproximadamente 4 anos com investimentos do SC Rural e dos sócios da cooperativa, está localizado na SC-135, sentido Campos Novos, possui a máquina classificadora e câmara fria, o que poderia contribuir com a agregação de valor ao produto, mas é pouco utilizado, uma vez que a fruta sai direto do pé para o caminhão.
Para a colheita, pai e filho contam com a ajuda da família e amigos. "Fazemos um mutirão e sempre reunimos cerca de 15 pessoas para ajudar na colheita diária", comentou Paulo enfatizando que é necessário esse número de pessoas, pois para fechar a carga de um caminhão são necessários colher cerca de 17 toneladas da fruta.
Paulo que é funcionário público junto com o pai que é aposentado, produzem também o milho e o feijão para consumo da família, e o gado, além de cultivarem a cana - de - açúcar e a produção de açúcar mascavo, sendo esta uma renda para período do ano em que o serviço é reduzido e com a implantação das agroindústrias de derivados da cana, será necessário a matéria-prima.
Perguntados se investiriam novamente na produção de laranja, Paulo e o pai Idalino não pensam duas vezes em dizer que estão satisfeitos com a produção. "É uma renda extra que garante um bom retorno financeiro. Para o futuro queremos trabalhar com mais gestão na cooperativa e buscar alguém que auxilie para levantar mais o nome da Cocicer, talvez uma mini-indústria de suco de laranja e outros frutos, a exemplo da uva, seria algo para agregar valor ao produto", enfatizam pai e filho que destacam também o apoio da Enercan para implantação de novas áreas da fruta. Paulo ressalta que hoje o investimento inicial gira em torno de 10 mil reais por hectare e um único pé pode produzir durante 30 anos.
A variedade cultivada e que se adaptou perfeitamente ao clima de Celso Ramos, é a folha murcha, por produzir bem, tem bastante suco e ser apreciada pelo paladar dos compradores.
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