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Técnico agrícola: a profissão aliada a agricultura

O dia 5 de novembro é dedicado a uma profissão escolhida por muitos jovens, e também do anitense que se tornou protagonista desta matéria, a qual vai relatar um pouco da sua vivência e experiências em estudar em um colégio agrícola e desempenhar a profissão de técnico agrícola.

Dirceu Luiz Dalamico, tem 52 anos e aos 21 anos entrou para o Colégio Agrícola Caetano Costa na cidade de São José do Cerrito, permanecendo no local que funciona em formato de internato por três anos, se formando no ano de 1989.

Dalamico, como é conhecido, atualmente está à frente da Pasta da Agricultura de Anita Garibaldi e trabalha no setor público há 27 anos, destes, 23 como técnico agrícola.

Ele lembra que parou os estudos no segundo grau. Os pais eram empregados em uma fazenda e ele era peão de estância, o dinheiro que recebia guardava. O tempo foi passando e ele já trabalhava em Anita e em Brunópolis, num dia enquanto limpava um galpão viu o amigo Baldasso que é médico veterinário lidar com o gado, se encostou no galpão e pensou se era aquilo que ele queria pra vida dele, trabalhando daquele jeito.

O irmão mais novo já estudava no Colégio Agrícola, os problemas de coluna começaram a aparecer, aí ele pensou a voltar estudar, então resolveu ir para o Colégio Agrícola. "Eu tinha uma moto, tinha namorada, tinha meu dinheiro, mas larguei tudo e voltei estudar. Quem me incentivou foi o Clodo, filho do falecido Deneval, nós fomos juntos, mas ele desistiu e eu continuei", lembra Dalamico que entrou no Colégio Agrícola com 21 anos, era o mais velho do colégio, tanto que o chamavam de vovô. "Foi bem difícil, mas aprendi muito. Estudava durante a semana e nos finais de semana trabalhava pra ganhar um dinheirinho, quando não vinha pra casa. Eu me tornei independente financeiramente, porém no primeiro ano o dinheiro que eu tinha guardado acabou, então tinha que trabalhar pra me sustentar", comenta Dalamico lembrando que os irmãos o ajudaram, pois o dinheiro era pingado.

No Colégio Agrícola tem vários caminhos e cada um escolhe o qual quer seguir. "Tinha bons professores, era puxado estudar de dia e a noite, com horários, regras, mas você tem um conhecimento para a vida e aprende de tudo um pouco de forma superficial, mas que te dá um norte a seguir. Se eu tivesse um filho homem ia querer que fosse para o Colégio Agrícola", enfatiza.

A formação ao sair do Colégio Agrícola era Técnico em agropecuária, técnico agrícola e topografia, porém mais focado na parte agrícola. O anitense quando concluiu os estudos voltou para casa, trabalhou em diversas áreas, inclusive na patrulha agrícola da prefeitura por quatro anos, trabalhou em Fraiburgo e fez concurso para a Prefeitura de Anita e aguardou o chamado. A oportunidade de ingressar no serviço público deu-se através de um projeto do governo estadual de reflorestamento de pinus em que ele foi chamado para desenvolver.

No decorrer dos anos trabalhou como chefe de gabinete, secretário de agricultura em outras gestões e desde outubro deste ano está a frente da Agricultura, a qual desenvolve alguns projetos que vêm ganhando destaque, a exemplo da uva que rende bons frutos e gera lucro aos produtores com incentivos da administração pública e empresas da região. O leite, o soja e a pecuária também ganham destaque.

"Trabalhar na agricultura, incentivar o agricultor a investir e ver que deu certo é gratificante. Receber o reconhecimento das famílias também mostra que escolhi a profissão certa", comenta Dalamico.

Para aqueles que pensam em ingressar no Colégio Agrícola, Dalamico enfatiza que é uma boa oportunidade. "Acredito que todo jovem que termina o ensino médio teria que passar no mínimo um ano no Colégio Agrícola. São ensinamentos e aprendizados para a vida. E pensar que com esses três anos de estudos, hoje sustento a minha família. Mas, eu nunca desisti e deixei de almejar a minha profissão e hoje colho os bons frutos", finalizou o técnico agrícola.


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