Antes, o milho e feijão eram a principal fonte de renda, mas desde que iniciou o plantio de uvas em 2007,  Ronaldo já fez três ampliações em seu parreiral e espera produzir neste ano cerca de quarenta toneladas em 3,5 hectares de terra. “É uma cultura nova em nosso município, mas que deu certo. Hoje já tenho compradores garantidos que veem até minha casa para comprar com preço acertado, e se eu preferir com pagamento adiantado. Estou contente e vejo que vale a pena investir”, comentou o produtor, que diz não ter feito cursos apenas no início pegou explicações com o produtor Roberto Viecelli de Anita Garibaldi, o qual auxiliou os celso-ramenses na nova cultura, porém com o passar dos anos foram ampliando e investindo em tecnologias que facilitam a vida diária e os cuidados com as uvas. O produtor enfatiza que os investimentos são altos, mas que já na primeira produção conseguiu cobrir o gasto inicial e novas áreas de terra futuramente darão lugar às novas parreiras.

Ao todo no município de Celso Ramos são 22 viticultores que produzem em cerca de 13,5 hectares de terras divididos em quase todas as comunidades do município. A implantação iniciou em 2007 com sete produtores, hoje esse número triplicou, não citando os hectares que estão em formação. 

A secretaria de agricultura presta todo o apoio necessário aos produtores e através de seus técnicos Cleverson Ferrari e Leandro Fabris, são repassadas informações, esclarecimentos de dúvidas, além de todo o acompanhamento realizado às propriedades avaliando a produção e incentivando os produtores.

Outro agricultor que resolveu investir na cultura da uva e já colhe os bons frutos  é Irineu Schons morador da comunidade de São Pedro, também em Celso Ramos. Irineu investiu na segunda etapa do projeto realizada no ano de 2011 e em meio hectare de terra já começou a colher os primeiros frutos, que serão entregues para a industrialização. Ele juntamente com a esposa Elionei de Lorenzi Schons e os filhos esperam colher este ano cerca de quatro toneladas de uva, na grande maioria da qualidade bordô. De acordo com Irineu a plantação vale a pena, é rentável e nos primeiros anos é possível produzir outras culturas aproveitando a mesma terra, como a família fez este ano plantando fumo embaixo dos novos parreirais. 

O técnico agrícola Cleverson Ferrari diz que essa forma não é muito indicada, porém não prejudica as parreiras. Além do fumo são produzidos no mesmo espaço a melancia, o pepino e o tomate garantindo maior rentabilidade a família.

De acordo com os técnicos,  a uva precisa de alguns cuidados especiais, e combater os insetos e alguns tipos de fungos é essencial para o bom resultado na safra. O clima também é importante na qualidade final do fruto. Dentre todos os produtores a variedade mais produzida é a bordô, porém a Niágara rosa e branca e a polosk também são produzidas.