Campo Belo do Sul é destaque na produção de sementes de soja
Há três anos o anitense Edir Padilha, de 31 anos, optou por produzir soja. O agricultor que antes apostava exclusivamente na produção de milho e feijão passou a analisar sobre trabalhar com outro tipo de cultura, e atualmente diz não ter pretensão de mudar de rumo.
“Meu sogro trabalhava com soja. Então eu acompanhava como funcionava o trabalho. Quando ele faleceu decidimos em família que continuaríamos com a produção”, contou Edir.
O período de safra 2014/2015 da soja do agricultor encerrou na segunda-feira (13). “Foram trinta dias direto só de colheita, mas iniciei a safra em outubro do ano passado”, explicou o agricultor. Em paralelo ao cultivo da soja, Edir trabalha também com gado de corte.
Foram 100 hectares de área plantada, sendo que 50% são próprias de Edir e a outra metade plantadas em parceria com demais agricultores. Segundo o produtor de Anita Garibaldi o tempo colaborou durante a safra, mediante ao que a cultura melhor se adapta, e será possível ter aproximadamente 50% de lucro comparando ao custo da produção. “Na agricultura a soja é o que está rendendo mais atualmente”, disse.
Entretanto, para uma melhor eficácia no trabalho, vendo que continuaria a trabalhar na área da soja e com uma produção considerável, Edir decidiu no segundo ano de safra comprar equipamentos, como trator e implementos, plantadeira e colheitadeira. “Para a aquisição da máquina financiei a metade através do Programa Federal Mais Alimentos e o restante paguei. Se não fosse essa oportunidade não teria conseguido adquiri-la. Tendo os equipamentos necessários facilita o trabalho, assim posso trabalhar também para outros agricultores com ao ganho de 10% da produção”, destacou.
Conforme Edir, a média de produção por hectare de soja plantada é de 60 sacas. Quanto aos preços ele explica que determinados fatores decidem como será o valor do produto: “Há duas semanas eu vendi a saca por R$63,00, hoje o preço baixou para R$59,00, o motivo foi a oscilação do preço do dólar. Se o dólar está alto o preço do soja aumenta na mesma proporção e diminui se o dólar baixa”, comentou o produtor. De fato se o dólar estiver em alta também há aumento no preço dos insumos agrícolas necessários para o produto.
Desde o início da produção da soja até a sua venda, os agricultores contam com o apoio da Cooperativa Copercampos. Edir é um dos produtores que tem a empresa como parceira de todo o processo. “Compro desde a semente, aos insumos agrícolas, a empresa dispõe de assistência técnica, e assim que a máquina colhe a soja já é colocada nos caminhões e vai direto para a Copercampos”, explicou o produtor.
A filial da Copercampos em Anita Garibaldi oferece local de recolhimento e depois a própria empresa se encarrega de fazer a estocagem da produção, que no caso é realizada na filial de Campo Belo do Sul a tempo indeterminado, livrando o produtor da preocupação de estocar a soja, pois no momento em que é feita a colheita já é levada até a cooperativa mais perto. “Fica depositado na própria cooperativa, se quisermos vender na hora podemos vender, ou se quisermos vender mais tarde também podemos e ainda economizo em frete, pois temos a cooperativa em Anita, isso reduz o custo de transporte em 50%, saindo numa média de um real por saca. Um benefício para nós produtores”, comentou.
Com o passar dos tempos os recursos para produzir soja na Região dos Lagos vêm sendo aperfeiçoados e estimulando mais agricultores a investir nessa cultura, sendo assim mais uma opção para o homem do campo trabalhar e buscar melhores ganhos em seu trabalho.
A safra de soja 2014/2015 animou os produtores da região. A ampla produção e o preço alto foram fatores de incentivo a quem buscou nessa cultura uma forma de rentabilidade e lucros.
De acordo com o engenheiro agrônomo e chefe da Unidade da Copercampos em Campo Belo do Sul, Jocelito Mattos, nesta safra o produtor plantou com custo baixo e está vendendo a um preço elevado. Jocelito destaca que este ano a situação para o produtor é muito boa. “Sabemos que o que controla o preço da soja é o dólar e a Bolsa de Chicago e esse ano o dólar subiu e a Bolsa de Chicago baixou, o que foi favorável aos produtores”, comentou o engenheiro, enfatizando que quando o produtor plantou a soja no ano passado plantou com o dólar a R$ 2,20 e hoje está colhendo num valor de R$ 3,20, o que motiva quem investiu no produto.
A produção também foi rentável, como destaca o engenheiro. “Este ano alguns produtores estão atingindo a marca de 4.700 kg por hectare do produto”, enfatizou Jocelito, destacando também que o produtor deverá ter atenção para a próxima safra. “Esse ano vai ser diferente do ano passado, pois com o aumento do dólar os insumos também irão subir, assim como o diesel que já teve aumento, portanto é necessário um planejamento da atividade e cuidados com o custo da produção, pois os riscos serão maiores do que essa safra e como não sabemos como vai se portar, o produtor deverá trabalhar consciente”, frisou.
A Coopercampos hoje é uma das maiores cooperativas da região e só no município de Campo Belo do Sul possui 76 associados. Na região também conta com sócios dos municípios de Cerro Negro, Capão Alto e Anita Garibaldi. O município de Anita possui filial da cooperativa, porém não possui depósito para estocar a produção, principalmente da soja, então toda a produção é levada para Campo Belo do Sul.
Segundo Jocelito, a Cooperativa recebe não só a soja como o milho, feijão e o trigo, porém o carro chefe é a soja. “Neste ano devemos receber cerca de 500 mil sacas de soja, 200 mil sacas de milho, 25 mil sacas de trigo e 10 mil sacas de feijão”.
Produção de sementes é destaque em Campo Belo do Sul
Das 500 mil sacas de soja que deverão ser colhidas no município, cerca de 200 mil sacas serão destinadas a produção de sementes. “Campo Belo hoje é destaque na produção de semente de soja com alta qualidade. A Copercampos auxilia em todo o trabalho de campo, faz vistorias desde o plantio até o recebimento do material para garantir e preservar a qualidade do produto. Aqui na Cooperativa fazemos a classificação das sementes e ensacamos em material próprio que será destinado ao plantio, seguimos todo um processo dentro dos padrões e isso gera uma bonificação ao produtor com acréscimo de 10 a 12% no preço. Hoje já contamos com aproximadamente 40 produtores que estão investindo nas sementes e algumas variedades que só são produzidas aqui com um ótimo potencial”, comentou Jocelito Mattos.
Destino da soja produzida na região
Boa parte soja produzida na região vai para a exportação, através do Porto de São Francisco e a semente em sua maioria vai para empresas já contratadas e outras seguem também para a exportação. A filial de Campo Belo do Sul possui hoje um espaço para estocar cerca de 715 mil sacas estática de produção e chega a secar 16 mil sacas de soja por dia, pois como enfatiza o chefe da unidade a soja deve seguir os padrões de qualidade e estar dentro do previsto comercial que é de até 14% de umidade e 1% de impurezas. Se o produto não estiver dentro destes padrões a soja é devolvida.
Crédito agrícola e tecnologia
A preocupação do produtor atualmente deverá ser a próxima safra, principalmente no quesito crédito agrícola, que segundo Jocelito com os anúncios de cortes do governo deverá preocupar os produtores. “O governo está enxugando bastante os investimentos nesse setor, com destaque para o aumento dos juros, taxa selic e redução de investimentos agrícolas, maquinários, custeio agrícola e corte de investimentos”enfatizou o chefe da unidade, o qual destaca os incentivos da Copercampos nesse setor de financiamentos. “A Copercampos fomenta a produção e vem investindo e auxiliando os produtores. Neste ano o Cooperativa investiu um grande montante, o que auxilia na produção”, explicou.
No quesito tecnologia Jocelito destaca que está se investindo muito na tecnologia das sementes, principalmente no melhoramento genético, porém os maquinários também evoluíram muito nos últimos anos, o que auxilia muito na produção e colheita dos produtos.
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