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Guerreiro de coração valente

Ano de 2017, o sonho dos anitenses Sabrina Albuquerque de Abreu e Rui Paulo Appio Duarte serem pais começa a tornar-se realidade.

Com 17 semanas de gestação souberam que um menino estava a caminho, e nesse mesmo momento foram informados que ele tinha um problema de coração.

Fernando, nome de guerreiro e de ídolo dos pais colorados, foi o escolhido para o filho. Em meio à alegria da espera, também a preocupação sobre o que seria exatamente o problema no pequeno e forte coração de Fernando.

Às 24 semanas de gestação veio à notícia do diagnóstico da Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE). Um choque para a família, principalmente para os pais, de algo que até então era desconhecido por eles. Foi através de exames de ultrassom no pré-natal que apareceram as primeiras suspeitas da má formação do coraçãozinho, que algum tempo depois confirmado através do ecocardiograma fetal. "Logo após o primeiro impacto da notícia, que naturalmente foi pra nós bastante assustadora pela gravidade da síndrome, nos veio a força, coragem e determinação de compreender o diagnóstico e correr atrás dos recursos médicos disponíveis para tentar resguardar a vida de nosso filho. E essa força surgiu através de nossa fé. Ao crer que para Deus nada é impossível".

O casal relata que ao iniciar a busca por informações sobre o quadro do filho se depararam com a falta de experiência, compaixão e humildade de profissionais de várias áreas médicas. "Por isso chegamos a ter o pior dos prognósticos, de que nosso filho morreria ainda dentro de minha barriga ou logo ao nascer. E que para 'preservar' minha saúde o ideal seria interromper a gestação", recordam.

Mas o destino lhes reservava anjos. Foi através de um primo de Rui Paulo, que conseguiu o contato do médico Rodrigo Freire. "Essa era a única opção que tínhamos, de ir a São Paulo/SP ver se o Dr. Rodrigo (que futuramente faria as duas primeiras cirurgias em Fernando), nos traria alguma esperança. E graças a Deus fomos ao lugar certo, equipe médica e hospital de referência especialmente em SHCE".

Depois disso vieram às dificuldades com o plano de saúde, que não queria cobrir os gastos por se tratar de milhões. "Queriam nos encaminhar para outros lugares, só que esses tinham taxa mínima de sobrevida em bebês com a mesma cardiopatia. Então entramos na justiça e conseguimos obrigar o plano a cobrir o hospital referência em SHCE.

O tão esperado dia chegou. Era 11 de julho de 2018 quando Sabrina e Rui Paulo receberam em seus braços o maior sonho e felicidade de suas vidas. Fernando nasceu para dar ao mundo exemplos de amor, fé, esperança...

Como o programado, ele nasceu no Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo, porque já no terceiro dia de vida teria que fazer a primeira cirurgia das três, e a mais arriscada.

"Foram meses de muita luta. Duas cirurgias cardíacas complexas, um cateterismo, AVCs, crises convulsivas e muitos procedimentos e manipulação, mas acima de tudo muita garra e muita vontade de viver do nosso guerreiro. Pedia para Deus me guiar, pra tomar as melhores decisões, me dar força pra passar as melhores energias pra ele. Muitas orações e pensamentos positivos vieram até nós, e essa foi nossa base, a fé! Quando as coisas pareciam difíceis, Deus nos sustentava, e o Fernando nos surpreendia", descreve a mãe.


Ao todo foram quatro meses e meio de internação até poder voltar para casa, para Anita Garibaldi, onde amigos e comunidade acompanhavam, torciam e oravam através de notícias por meio dos familiares mais próximos e pelas redes sociais sobre Fernandinho. A família pôde novamente estar reunida, sem os obstáculos de distância até São Paulo e rotina hospitalar.

"Podemos dizer que ele renasceu para o mundo. Deus nos permitiu sair do hospital com ele nos braços. Esse momento que por vezes esteve tão distante, mas sempre tão esperado. Saímos do hospital com muitas histórias difíceis na bagagem, mas principalmente muitas bênçãos, muitas pessoas boas colocadas em nosso caminho e uma lição de vida fantástica".

A mãe e pai, guerreiros como Fernando, cuidam do filho com todo zelo e amor. "A corrente de oração foi muito forte, muitos milagres aconteceram, nos levando sempre para o melhor caminho. Ainda teremos mais uma etapa cirúrgica pela frente, daqui três anos aproximadamente, mas até lá, vamos viver intensamente com nosso filho, indo sempre além do que achamos ser o nosso limite para ajudá-lo, dando todo amor do mundo pra ele", concluem com gratidão nos olhos, de quem sabe e vive o verdadeiro significado do amor.


O que é essa cardiopatia 

Segundo os pais, trata-se de um defeito cardíaco congênito bastante raro e ocorre em cerca de 1 a cada cinco mil bebês nascidos vivos. Um problema grave que envolve várias partes do lado esquerdo do coração. Por razões desconhecidas, o lado esquerdo do coração não se desenvolve adequadamente enquanto o bebê está no útero da mãe. Não pode bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.

Sem tratamento, 100% dos bebês com SHCE morrem no primeiro mês de vida. O tratamento significa três cirurgias cardíacas durante os primeiros anos de vida.

Devido aos grandes avanços na cirurgia e na medicina, muitas crianças que nascem com SHCE agora estão tendo bons resultados. No entanto, estes tratamentos envolvem muitas experiências estressantes e riscos. Os tratamentos não são uma "cura" e as crianças precisarão de atendimento médico especializado pelo resto de suas vidas. O objetivo destas operações é fazer com que o lado direito possa fazer o papel do esquerdo, bombear sangue para o corpo.



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