A arte de transformar tecidos em peças únicas

No dia 25 de maio é celebrado o Dia da Costureira. As artistas que com uma linha e agulha fazem verdadeiras obras de arte serão representadas nesta matéria especial, pela gaúcha de nascimento e campo-belense de coração, Ana Maria Severo Varela que aos 62 anos de idade é conhecida na cidade e região pelo belo trabalho que desenvolve atrás das suas máquinas de costura.
Casada com Lauro Campos Varela com quem tem dois filhos, dona Ana nasceu em Guaporé no Rio Grande do Sul, o pai era munheiro e mudou-se para a localidade do Tanque, interior de Cerro Negro. Entre idas e vindas do Rio Grande para a região, em 1985 fixaram residência em Campo Belo, porém foi na época em que morava no interior de Cerro Negro, quando tinha apenas 14 anos de idade, que iniciou um curso por correspondência de costura, através do Instituto Universal Brasileiro, que durou dois anos. "Meu pai era professor em Cerro Negro, eu estudava em casa, respondia às perguntas, fazia os moldes em miniaturas e ele levava para o correio, e foi assim que comecei a costurar. Minha mãe já gostava de costurar e foi na máquina dela, que tenho guardada até hoje, que aprendi", comenta dona Ana que anos depois veio morar em Campo Belo, casou e desde então a costura foi uma ajuda na renda da família.
Em Campo Belo ela lembra da dona Ziza, que também a ajudou bastante, além de cursos que ela fez depois que morava em Campo Belo.
Dona Ana enfatiza que costura um pouco de tudo, desde reformas, vestidos para festas, vestidos de prenda e faz alguns trabalhos de costuras para artesanato, porém seu foco é nas costuras femininas. "Costuro de tudo um pouco, mas gosto de costurar roupas femininas, além disso sou voluntária na APAE e isso é gratificante", comenta a costureira que trabalhou na Secretaria de Assistência Social por dois anos e lá ensinou cerca de 25 mulheres a arte da costura e um pouco de artesanato. Além das mulheres participantes do curso através da Assistência, dona Ana também ensinou a afilhada que segue os passos de costureira, além de outras pessoas da comunidade e ela está à disposição para quem queira aprender a arte de costurar. "Só de imaginar que as pessoas vão vestir uma peça que eu fiz é gratificante", enfatiza a costureira com sorriso tímido.
Costurando em sua casa, a sala de costura é cercada por tecidos e roupas para reforma, ela diz não ter muitas dificuldades no dia a dia, pois a maioria das peças que fabrica, as pessoas já levam o modelo e ela consegue captar facilmente a ideia das clientes. A costureira utiliza uma máquina reta e uma overloque que são suas fiéis companheiras dia e noite. "Eu acordo cedinho, tomo meu café e já venho pra cá, só paro pra fazer o almoço e logo volto, as vezes meu marido ajuda pra eu poder dar conta e volto pra trás da máquina e aqui fico até as 9h da noite", comenta.
As vezes a afilhada lhe ajuda, mas na maioria das vezes o trabalho é feito somente por ela. Dona Ana lembra de quando a mãe ainda era viva e a ajudava nas costuras. "A mãe ajudou muito, eu tinha as crianças pequenas e ensinei ela a costurar bem, então a gente trabalhava juntas, ela me ajudou muito".
Ao lado do marido, o qual acompanhou a conversa com a equipe do Correio dos Lagos, dona Ana diz que tinha vontade de expandir o espaço e ensinar o que aprendeu durante todos esses anos, para mais pessoas. Um sonho que ela tem é de conhecer a artesã Marcia Baraldi que trabalha com artesanato em Florianópolis. "Gostaria de aprender mais coisas sobre artesanato, que também faz parte da costura, e quem quiser aprender a costurar estou disposta a ensinar", finaliza.
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