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A CONVIVÊNCIA E O DIÁLOGO

Acabo de ler esta frase: "Televisão no quarto das crianças e a internet reduziram as conversas familiares em mais de 70% nesses últimos cinquenta anos". Não sei de quem é a autoria, mas tenho dúvidas se a culpa é mesmo da tecnologia. Sim , todos (ou quase todos) muito tempo na internet ou às voltas com outras modernidades, o que nos rouba preciosos momentos que poderíamos estar desfrutando da companhia da família. Mas isto não significa que pais e filhos, hoje, dialoguem menos do que cinco décadas atrás. "Sentávamos juntos para ver televisão", ou "toda a família se reunia para escutar novelas de rádio", contam-me os amigos mais velhos. Isso não é dialogar, é conviver. Com certeza convivíamos mais em família. Mas há o outro lado. 
Acredito que pais e filhos, hoje, sentem mais liberdade para conversar sobre qualquer assunto, o que antes era bem mais difícil. Quem, nos anos 50, 60 do século passado, conversava com seus pais, por exemplo, sobre sexo? As meninas muitas vezes só ficavam sabendo o que era menstruação quando ela ocorria pela primeira vez, e algumas entravam em desespero achando que estavam com alguma doença muito grave. Que mãe dizia ao seu filho "não esquece de comprar camisinha"? Isso não era coisa de se conversar com os pais. Aprendia-se com os amigos, na rua, e nem sempre do jeito certo. 
Caíram algumas barreiras. Mais do que conversar, no entanto, o que precisamos cada vez mais é dialogar em família. Sermos mais amigos e companheiros das nossas crias não significa perder a autoridade. Devemos incentivar os filhos a exporem mais abertamente o que sentem, mas isso só acontece quando eles percebem  que há reciprocidade e respeito à opinião de todos. Não precisamos bancar os super-heróis para sermos admirados pelos nossos filhos. Problemas familiares, inclusive os de ordem financeira (que já foram considerados tabus pelos pais), já são discutidos abertamente em casa. Antigamente, o pai era o provedor, e mesmo que a mãe trabalhasse fora só a ele competia cuidar do dinheiro que sustentava a família. O psiquiatra Augusto Cury tem uma frase da qual gosto muito. Ele diz: "Muitos pais e filhos moram na mesma casa, mas vivem em mundos diferentes. Toque e diálogos são mágicos, criam uma esfera de solidariedade, enriquecem a emoção e resgatam o sentido da vida. É isso aí. Diálogo em família. Não precisa mais nada".
Referência: BEVILACQUA, Viviane. A convivência e o diálogo. Florianópolis, 8 de janeiro de 2016.

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