Li, dias atrás, que com as possíveis mudanças nas regras das aposentadorias, já mencionadas pelo presidente Temer, muita gente que está perto da época de começar a receber o benefício está acionando advogado e juntando os documentos para dar início ao processo. Acho realmente que hoje as pessoas se aposentam muito cedo, porém quase ninguém, pelo menos desta faixa etária, se aposenta para ficar em casa sem fazer nada. Esta visão da aposentadoria ficou no passado. Os novos aposentados ainda têm muitos planos para o futuro e muita gente também continua trabalhando (por prazer, por necessidade ou ambos). Mas será que estamos preparados emocionalmente para a aposentadoria? 
Parece que não, visto que é cada vez maior a procura por cursos que preparam as pessoas para largar o mercado de trabalho. Eu, desculpem a ignorância, nem sabia que isso existia. A eminência da aposentadoria pode causar um verdadeiro pânico, já que a maioria não sabe o que fazer com o tempo livre, explica a doutora em psicologia Deborah Riggenbach, que é diretora de uma empresa catarinense que tem como foco preparar as pessoas para esta etapa da vida. Ela afirma que após tantas décadas de uma rotina diária, para muita gente é difícil desapegar dos velhos hábitos e encarar uma nova realidade, e não são raros os casos de depressão. 
Deborah ressalta que esse tipo de serviço ainda é novidade no Brasil, mas que nos Estados Unidos, por exemplo, há vários profissionais dedicados a auxiliar os futuros aposentados. O primeiro passo para encarar esta nova fase da vida, diz ela, é não associar aposentadoria à ociosidade. Por isso, eles incentivam, entre outras coisas, a prática de esportes, e muitos acabam virando atletas. Outros abrem o próprio negócio, para complementar a renda. Na verdade, o que importa mesmo é continuar tendo objetivos e vontade de vencer novos desafios. Isso mantém a mente sempre jovem e o corpo são, independente da idade.
Referência: BEVILACQUA, Viviane. Aposentadoria. Diário Catarinense. Florianópolis, 6 de julho de 2016.