Está tudo bem, normal na sua rotina de sempre. Aí vem um fato novo e muda tudo. Se for um acontecimento positivo, ótimo. Mas se for negativo? Como lidar com o inesperado e sair desta experiência ainda mais forte e resiliente? É sobre isso que trata um excelente artigo pelo psicóloga, coach e consultora Ana Guitián Ruiz, cujas ideias principais, pela sua importância, compartilho aqui de forma resumida.
Existem mudanças na vida que não são desejadas nem planejadas, como uma doença, uma separação, a morte de alguém querido ou a perda do emprego. Aí, quando acontece, temos uma sensação de perda que pode nos afetar de maneira muito acentuada,  nos entristecendo até deprimindo. "Perdemos chão", como se diz. É como se todas as nossas referências e tudo o que nos dava segurança de repente desaparecesse. Ana explica que este é um momento muito delicado e que merece nossa atenção, para não se tornar ainda pior do que já é.
Uma terapeuta americana, Virgínia Satir, mostra em seis etapas como acontece esse processo de mudança. Primeiro, a vida segue seu curso normal. Depois, surge este fato negativo que muda tudo. Na sequência, diz ela, vem a etapa que domina de caos, que é quando não sabemos o que vai acontecer ou para aonde vamos. É a hora que surge a ansiedade, a tensão, a tristeza, o luto, a dor. "É importante saber que isso faz parte da experiência humana para que possamos acolher os novos aprendizados que dela decorrem", ressalta.
Num quarto momento, vem o ponto de escolha: ou voltamos à vida que tínhamos antes ou criamos um novo começo. Esse é um momento interessante, no qual temos a opção de voltar a um padrão anterior ou tomar uma nova direção. Isso acontece muito, por exemplo, depois de uma doença grave, como um infarto. Muita gente muda radicalmente de vida, adquirindo hábitos saudáveis. Outros, continuam exatamente com a mesma vida de antes. Uma questão de escolha. Depois, vem a fase de aprendizados e de criar novos hábitos, muitas vezes contando com o auxílio de um profissional (médico, psicólogo, terapeuta, personal trainer), amigos e familiares. E, por último, chega novamente a fase da estabilidade, e de uma nova e confortável rotina. Até que chegue ela seja chacoalhada por um novo acontecimento, mais adiante. Assim é a vida.