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Cantar e animar as pessoas são os dons desses jovens cantores

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- Fábio Junior (esquerda) Márcio Rosa Neves (direita)
Cada pessoa vem ao mundo com um dom, com habilidades... e algumas se destacam entre os demais por aperfeiçoar esse dom. No dia 13 de junho comemora-se o Dia do Cantor e Dia Mundial do Rock e, para ilustrar essas duas datas, a equipe do Correio dos Lagos conversou com dois cantores com estilos diferentes, mas os quais têm o mesmo objetivo, que é levar a alegria e animar as pessoas.
Fábio Junior Conrado
O jovem de 24 anos, mais conhecido em Anita e região por Bob, tem em sua trajetória 17 anos de bagagem voltada à música. Nascido em Anita Garibaldi, é filho de José Alves Conrado e Olivia Varela Conrado. Iniciou nos primeiros acordes sob influência do pai aos sete anos de idade e, de lá para cá, nunca mais parou.
Na família do lado da mãe, todos cantam e, do pai, todos tocam algum instrumento, o que levou ao jovem cantor tomar o gosto pela música. Bob lembra que o pai tocava na missa e que ele ficava observando para aprender. Ele tinha apenas sete anos de idade quando o pai perguntou se ele queria aprender a tocar violão e o menino respondeu que seu sonho era ser músico. "Lembro que as primeiras três notas musicais: o ré, o mi e o dó, foi meu pai que me ensinou. Quando ele saía para trabalhar eu pegava escondido o violão e a mãe sempre me dava um força. Lembro que a primeira música que aprendi foi 'Menino da porteira', por ser mais fácil e eu ficava com a música na cabeça, ensaiando as notas, ia pra escola e voltava cantando", recorda o cantor, que aos oito anos de idade aprendeu sozinho a tocar baixo, que é o instrumento que ele segue tocando até hoje.
Nesse mesma época ele inventou uma bateria de latas e montou atrás da sua casa. Lá, ele tentava produzir os primeiros sons. "Era uma barulheira que os vizinhos nem me conheciam pelo nome, mas sim o menino das latas", comenta. Com oito anos de idade ele teve a primeira oportunidade de tocar uma bateria de verdade. "Foi numa festa no salão do Juquinha, onde o Baia era o baterista e me chamou. Ele disse que era para eu tocar uma meia hora enquanto ele descansava, e foi ali que comecei a tocar bateria."
Bob lembra que escutava muita música e, principalmente, o CD da Banda Detalhes, a qual tinha como vocalista o Daniel Lima, que serviu de inspiração para ele. O jovem nunca fez faculdade de música ou cursos, aprendeu apenas ouvindo, acompanhando os outros músicos e estudando em casa.
Hoje, com 17 anos da vida dedicados à música, ele aprendeu a tocar praticamente sozinho o violão, baixo, bateria, guitarra e a viola e ficou tempo encostado nas caixas de som olhando as bandas tocar para aprender e depois chegar em casa e treinar.
Primeiras participações como cantor
A primeira banda em que ele trabalhou foi com a Êxtase, a qual atualmente não existe mais, mas permaneceu como baterista e cantor por cerca de cinco anos. Depois da Êxtase ele começou na Banda Detalhes, onde permaneceu por mais de três anos, e foi onde sua carreira começou a ser reconhecida.
Atualmente Fábio Junior trabalha como freelance e participa do Trio Detalhes e da dupla Cleiton e Vilma percorrendo cidades da região e demonstrando seu trabalho.
Influência de alguns cantores
Se ele pudesse escolher algum cantor para dividir o palco, sem pensar muito, Bob destaca à admiração pelo Zezé, da dupla Zezé di Camargo e Luciano, porém o Gusttavo Lima seria sua escolha, até porque ele brinca que os amigos dizem que seu timbre de voz é parecido com o dele.
Primeiro CD
O lançamento do primeiro CD foi um aprendizado, segundo Bob, pois desde que aprendeu as primeiras notas no violão com a ajuda do pai até chegar num trabalho que ele produziu, foi algum chão percorrido. O CD demorou cerca de seis meses para ser gravado e foram produzidas 100 cópias, as quais foram todas vendidas. Uma das frustrações de Bob com relação ao CD, é que muitas pessoas quando o ouviam cantar pediam para que ele gravasse em CD, e quando ficou pronto o pessoal não se interessou. "Hoje a tecnologia está muito avançada e, como um simples acesso à internet e um pen drive você tem acesso a milhares de músicas, não tive o retorno esperado, mas posso dizer que tenho um material produzido por mim", conclui.
Hoje a música garante alguns confortos, mas ele não sobrevive dela. Atualmente está desempregado, mas sua função sempre foi divertir os colegas de trabalho enquanto assentava um tijolo ou preparava uma massa, com a função de ajudante de pedreiro. Segundo ele, no ramo da música existe muita concorrência, o que torna a sobrevivência um pouco difícil. Todavia, se o reconhecimento dele for difícil, ele destaca que os filhos que já demonstram interesse pela música terão o total apoio dele e vai trabalhar para terem o reconhecimento que ele tanto sonhou.
Bob agradece a família pelo apoio, a Deus pelos dons de tocar e cantar, a esposa que sempre o incentiva, canta com ele e o ajuda muito, aos clientes e contratantes e a todos que reconhecem o seu trabalho.
Márcio Rosa Neves
Mudando de estilo, Márcio é um lageano que tem ligação com Anita Garibaldi, por ter tios e primos na cidade. Com 22 anos dedicados a música, o estilo rock roll é a sua inspiração. Aos 16 anos de idade começou a tocar bateria, posteriormente o baixo e guitarra e depois de algum tempo se tornou vocalista da Banda Cúmplice, da cidade de Lages, e depois da Banda Vício Proibido.
Márcio lembra que o avô Luis gostava muito de música, o qual foi uma inspiração. "Ele brincava com as colheres imitando uma bateria e foi quando comecei a me interessar pelo instrumento", lembra.
As bandas como Queen, Bon Jovi, Scorpions e as bandas dos anos 80 foram suas inspirações e, principalmente, o rock gaúcho, como TNT, Cascavelletes e Garotos da Rua. Além de Lages, o músico já decolou voos mais longos tocando em São Paulo, Curitiba, Caxias do Sul, Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Bento Gonçalves e Porto Alegre. Em Lages já tocou em todas as casas de shows e pubs do município. Outras cidades também já estiveram na agenda de Márcio, como Curitibanos, Videira, Caçador, Florianópolis, Urupema, Anita Garibaldi entre outras. Ele enfatiza que, em todos os lugares sempre foi muito bem recebido e sempre com casa cheia.
Perguntado se hoje ele consegue sobreviver da música, o cantor destacou que já trabalhou como vendedor, gerente de loja e supervisor, mas que há três anos vive da música. "Não é uma tarefa fácil, mas se você tiver responsabilidade e sempre estar inovando sempre tem trabalho."
Em sua carreira já são três CDs gravados e, o mais importante que ele considera, foi a gravação com a Banda Olho da Lua, a qual ele faz parte e tem as letras das músicas gravadas com a parceria dos amigos Daniel Finardi, popular Tio Banha e Jackson Lessa. Um novo CD está em gravação, com músicas que já estão tocando nas rádios de Lages. "Com prazer estou regravando músicas do guitarrista Chico Martins e agora vocalista do Dazaranha e outra música do guitarrista Jaison Gerber, o qual fez parte da famosa Banda Torre de Babel e participou e ganhou o 'Se vira nos 30' do programa Domingão do Faustão da rede Globo."
A família é essencial para Márcio, que agradece o apoio da esposa, da mãe, do pai e do irmão. "Amo o que faço e sempre tenho o apoio deles. Hoje, tenho muita alegria em dizer que sou reconhecido pelo que faço sempre com humildade, respeito e, principalmente, com responsabilidade", destacou o cantor que agradece a todos os amigos músicos com os quais toca nas seis bandas que ele faz parte.
O trabalho de Márcio pode ser acompanhado nos principais pubs de Lages e região.
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