Produtores de morango e interessados a ingressar na atividade receberam orientações dos palestrantes

Aconteceu na sexta - feira (28) na comunidade do Tanque, interior do município de Cerro Negro, um seminário voltado ao cultivo do morango semi-hidropônico. O evento realizado pela Prefeitura de Cerro Negro, Epagri e Associação Sabor da Serra, contou também com o apoio da Emater/RS, Unitagri e Plantar.
O público alvo foram os agricultores que já produzem o morango e para aqueles que buscam iniciar na atividade. O objetivo do evento foi apresentar o cultivo de morango semi- hidropônico, buscando desenvolver a atividade no município, tendo em vista às potencialidades que esta cultura pode trazer às famílias agricultoras, através da geração de renda com uma maior produção por área, isto quando comparado a outras culturas, como o milho e feijão, tradicionais no município.
Na programação, palestras com técnicos da Plantar de Rancho Queimado, Renato Francisco da Silva, o qual é engenheiro agrônomo da Plantar que é uma empresa especializada na Assistência Técnica de Produtores de Morangos em vários municípios catarinenses.
Também contou com a  palestra de Juliano Galina, técnico em Agropecuária da EMATER/RS, com experiência trazida da região referência na produção de morango, ou seja, a região de Bom Princípio/RS,  inclusive com experiência no cultivo de morango orgânico. Miguel André Compagnoni, engenheiro Agrônomo da Epagri, com atuação na região de Águas Mornas e Rancho Queimado, região considerada referência na produção de morango no estado, encerrou o ciclo de palestras apresentando as experiências diversas da produção de morango semi-hidropônico, focando parte de suas contribuições na produção de morango semi-hidropônico orgânico.
A produção de morangos já é uma atividade atrativa na região, e o 'case' de sucesso do casal pioneiro na produção de morangos no município, Zailma da Silva Borges e José Valdeci Borges, que há quase 11 anos se dedicam ao cultivo desta atividade e fazem parte da Associação Sabores da Serra, a qual conta atualmente com 10 produtores, inspirou novos produtores a investirem na cultura.
O seminário foi uma demanda da associação visando o crescimento e o investimento de novos produtores na comunidade e no município. Os organizadores agradecem a todos os parceiros e agricultores participantes.

O que é o sistema semi-hidropônico?
De acordo com o site da Embrapa, o sistema semi-hidropônico é bastante utilizado na Europa, onde é preferido por possibilitar a melhor utilização do espaço na pequena propriedade. No Brasil, porém, é necessário definir alguns componentes tecnológicos para otimizar o retorno ao produtor e à sociedade. Entretanto, já apresenta vantagens claras frente ao sistema convencional, tais como:
- O produtor não precisa fazer rotação das áreas de produção, prática necessária para reduzir a podridão de raízes no sistema de túneis baixos. Dessa forma, chega a triplicar o potencial de uso da área de terra;
- Em prateleiras, com diferentes níveis, otimiza a área de produção;
- O manejo da cultura pode ser realizado em pé, o que favorece a contratação de mão de obra;
- Cada novo ciclo de produção é estabelecido com a troca do saco plástico e do substrato a cada dois anos, o que auxilia na redução da incidência e do alastramento de podridões na cultura; se essas ocorrerem, elimina-se somente o saco infectado e não toda a área de produção;
- O sistema protege as plantas do efeito da chuva e facilita a ventilação, condições que impedem o estabelecimento de doenças;
- Como há menor pressão de doenças, o uso de pesticidas pode ser substituído por práticas culturais, uso de agentes de controle biológico e produtos alternativos, reduzindo drasticamente o risco de contaminação dos frutos, sem afetar a rentabilidade da produção;
- Permite a produção de frutas com maior qualidade e menor perda por podridão;
- O período da colheita pode ser estendido em, pelo menos, dois meses;
- O sistema facilita a adoção de princípios de segurança dos alimentos, possibilitando a maior aceitação dos morangos pelo consumidor.