Previsão para o inverno 2025 indica frio intenso, geadas e nevoeiros
Durante a terça-feira, 30 de junho, ocorreu a formação de uma frente fria associada com um ciclone extratropical. Os ciclones extratropicais são áreas de baixa pressão atmosférica e são muito comuns na América do Sul. Em geral estão associados com frentes frias. Este tipo de sistema pode ter variadas intensidades. Quanto mais baixa pressão do ar no centro do ciclone, mais forte são os ventos que podem causar.
Quando a pressão do ar cai 24 hPa em 24 horas, ou seja, 1 hPa por hora, dizemos que é um ciclone bomba. Esta situação não acontece sempre. Os meteorologistas ficam mais atentos quando notam que a pressão do ar está baixando muito rapidamente em um local, pois isto é sinal de tempestade. Uma frente fria é uma área de baixa pressão atmosférica. Quando uma grande nuvem cumulonimbus se aproxima de um local, a tendência é que a pressão do ar caia no local.
No processo de formação destes sistemas, houve uma queda da pressão atmosférica muito acentuada sobre o Sul do Brasil que gerou a formação de nuvens muito carregadas, do tipo cumulonimbus. Estas nuvens provocam raios e muitas nuvens, chuva forte e ventania.
Algumas destas nuvens se juntaram formando o que os meteorologistas chamam de "linha de instabilidade". Quando uma linha de instabilidade se forma, as nuvens cumulonimbus se deslocam ao mesmo tempo, na mesma direção, alinhadas. As rajadas de vento intensas provocadas por estas nuvens vão ocorrendo também ao mesmo tempo, o que aumenta o poder de destruição.
Uma região de baixa pressão atmosférica força a elevação do ar (movimento ascendente do ar) para níveis mais elevados da atmosfera. Este ar posteriormente se resfria para formar nuvens. Quanto mais baixa for a pressão do ar, mais intenso é o movimento do ar para cima, colaborando para a formação de nuvens maiores.
Mas, além das rajadas de vento das nuvens cumulonimbus, outras rajadas ocorreram no Sul do Brasil por causa do acentuada variação da pressão atmosférica em uma área pequena.
Enquanto a pressão atmosférica estava em queda no mar, no Litoral do Rio Grande do Sul, a pressão do ar se eleva no Norte da Argentina e no Oeste gaúcho com o deslocamento de uma massa de ar frio de origem polar para estas regiões.
A grande diferença de pressão atmosférica entre o Litoral gaúcho e Centro-leste da Argentina causou ventos fortes que começaram a ser sentidos no Sul do Brasil.
Região dos Lagos é afetada e registra prejuízos
Os fortes ventos que iniciaram por volta das 13h30 de terça-feira (30), deixaram um rastro de destruição em vários municípios da Região dos Lagos. Além da queda de árvores, destelhamento de casas e barracões, grande parte dos municípios ficou sem energia elétrica por mais de 48h, em alguns municípios devido à falta de energia, à distribuição de água também foi afetada. As redes de telefonia móvel e fixa ficaram sem sinal e os prejuízos ainda estão sendo contabilizados tanto nas cidades, quanto no interior dos municípios.
As equipes da Defesa Civil e Bombeiros atuaram na desobstrução das vias, que sofreram com quedas de árvores, bem como no auxílio as famílias que foram atingidas e tiveram suas residências destelhadas com a força do vento.
No município de Capão Alto uma residência inteira ficou destruída com a força do vento, ninguém ficou ferido.
De acordo com a Defesa Civil do Estado de Santa Catarina, o município de Campo Belo do Sul registrou às 14h, ventos de 100km/h. Em todo o estado catarinense, o ciclone causou a morte de nove pessoas e duas pessoas estão desaparecidas.
Celesc já restabeleceu 85% do sistema elétrico catarinense
Até na quinta-feira (2), cerca de 226 mil unidades consumidoras ainda estão sem energia e 300 equipes da empresa continuavam trabalhando de forma incansável para sanar todas as ocorrências.
Depois da passagem do ciclone, na noite de terça-feira (30/06), 1,5 milhão de unidades consumidoras (UCs) ficaram sem energia na região de concessão da empresa. Às 18h de quarta-feira (01/07), aproximadamente 1 milhão de UCs já estavam com a energia restabelecida, graças ao trabalho incansável das equipes, com cerca de 1,3 mil profissionais envolvidos.
Ventos que ultrapassaram 100km/h provocaram danos muito significativos no sistema elétrico do estado. Foi a situação mais grave registrada pela companhia em toda a sua história.
Outra consequência do ciclone foi o rompimento do cabo de fibra ótica da Oi, que atingiu o sistema de telecomunicação da empresa e de outras distribuidoras que atendem o Sul do país. Atualmente, o Call Center para emergências da Celesc - 0800 48 0196 - está funcionando, mas devido à alta demanda pode haver atraso no atendimento ou na identificação dos locais com defeito na rede de distribuição. Os consumidores também podem se comunicar com a empresa por meio do site e do aplicativo.
A Celesc continua orientando a população a ficar em casa e não se aproximar de locais próximos da rede elétrica para evitar acidentes.
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