Dinheiro não pode ser motivo de briga. A quantidade de crédito oferecido no mercado tem feito as famílias deverem mais e utilizarem um percentual maior do salário para pagar
É preciso saber lidar com o salário para que ele não seja motivo de discórdia dentro de casa.
A antiga sociedade de consumo na qual vivemos hoje é também uma sociedade de ostentação Agora as pessoas têm uma necessidade de possuir alguns objetos, ainda que seja mais um desejo do que uma necessidade. Para sustentar uma certa imagem perante a sociedade são induzidos a procurar maneiras de comprar algo que não teriam condições. E a maneira fácil de comprar e endividar-se.
Cuidado com as armadilhas – De acordo com Wilson Marchionatti professor da faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS, nem sempre uma dívida é ruim: “A dívida boa é aquela que vai gerar mais lucros dali para frente. Por exemplo, endividar-se por um tempo para a aquisição da casa própria é uma dívida que se paga, pois a pessoa vai deixar de gastar com aluguel e passará a investir no financiamento de uma casa que será dela”, outro exemplo trazido pelo professor é compra de um automóvel para trabalhar: Se a pessoa não tem como comprar o carro à vista, então nesse caso contrair a dívida para obter o carro pode ser bom”. Porém o especialista ressalta que há dívidas contraídas apenas para antecipar um desejo. Nesse caso, deve ter a visão de que vai pagar juros e um preço alto para alguns produtos eletrônicos, quando as lojas criam muitas facilidades de pagamentos.
As propagandas das lojas com longos crediários, facilitam o endividamento, pois estimulam um tipo de antecipação de recursos: a pessoa deixa de comprar com pagamento único, para pagar em dez vezes. A loja pode até oferecer um valor à vista e fracioná-lo em dez vezes sem juros, mas os cálculos dos custos de um parcelamento já estão colocados no valor do produto.
Toda e qualquer oportunidade de empréstimo facilitado pede ser uma armadilha. As instituições financeiras que colocam facilidades estão utilizando algo que existe no mercado necessitando empréstimos. Essas instituições muitas vezes oferecem taxas de juros bastante altas, mas estão a necessidade – cabe à pessoa observar essas ofertas. . Obter um empréstimo é algo tentador. Alguns só levam em conta a possibilidade imediatas de satisfazer os seus desejos de consumo, sem observar que as taxas de juros estão muito altas e que, na verdade, o valor a pagar será muito maior de que o valor do empréstimo obtido.
O consumidor é o único capaz de garantir distância dessas armadilhas. As ofertas tentadoras e pegar dinheiro emprestado sempre vão existir, assim como existem outros produtos publicados etc. A única arma contra isso é o conhecimento e para isso é preciso trabalhar uma educação financeira com os jovens e as famílias.
Competição ou generosidade? – Wilsion Marchionatti destaca que o dinheiro pode representar algo bonito ou ser razão de discórdia, tudo depende como interpretamos “Vamos imaginar uma família com pai e uma mãe que trabalham e tem dois filhos. Se todos percebem que o dinheiro é algo conquistado pelo esforço e pela dedicação profissional, o dinheiro se torna uma recompensa e é um estímulo para que os filhos sigam o mesmo caminho. Se esses pais sabem utilizá-lo de forma prazeirosa para si mesmo, mantendo sua individualidade, mas ainda sabem ser generosos com outros membros da família, vemos que o dinheiro ainda é uma oportunidade para fazermos coisas que gostamos e beneficiar pessoas que amamos”.
Por outro lado, o dinheiro em uma família muitas vezes se resume à percepção de que uma pessoa tem a obrigação de sustentar outras. É o caso de casais que brigam porque um gasta um o dinheiro do outro, filhos que disputam atenção e presente etc. “Ao interpretar o dinheiro como algo escasso que deve ser de forma competitivo entre membros da família, destituímos o dinheiro de sua maior qualidade: conceber liberdade para sejamos felizes junto às pessoas que queremos por perto, e generosos por livre e espontânea vontade”.
Referência:
Jornal Mundo Jovem. Dinheiro não pode ser motivo de briga. Porto Alegre. Novembro de 2014.
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