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Economia: da crise às oportunidades para a Região Sul

Para falar sobre assunto: Professora Especialista em Economia da UNIFACVEST, Ana Paula Rampi
Diante da crise política instalada no Brasil a população assiste o Congresso Nacional paralisar as suas principais atribuições legislativas, fiscalizadoras e controladoras que são de extrema importância para o funcionamento adequado da economia, centralizando seus esforços em torno das ações do impeachment da atual presidenta Dilma Rousseff, que trabalha na perspectiva de uma reforma ministerial que possa atender as necessidades políticas após a demandada de muitos aliados que ocupavam cargos importantes e decisivos dentro do contexto econômico do país.
O clima de instabilidade e pessimismo acabou dominando a população e a crise econômica acabou ganhando forças, o que se comprova com a publicação dos principais indicadores oficiais. No Boletim Regional do Banco Central do Brasil, v10, n1, publicado em Janeiro/2016 é possível verificar que na Região Sul entre os meses de dez/2014 a nov/2015, as vendas do comércio ampliado recuaram 9,7%, já no Brasil a redução foi ainda mais acentuada, atingindo o patamar de 11,8%. No mercado de trabalho, foi computada uma redução de 58,9 mil empregos formais no trimestre de setembro, outubro e novembro de 2015, na Região Sul, enquanto no mesmo período em 2014, houve a criação de 51,7 mil postos de trabalho. No total o país contabilizou a redução de 395,4 mil postos de trabalho neste mesmo trimestre em 2015, onde a Região Sul tem a participação de 14,9%, e a Região Sudeste com 61,9% destes postos reduzidos.
Com os dados apresentados, ao analisar o desenvolvimento do nível de atividade do comércio e do mercado de trabalho ocorrido de 2014 para 2015, é possível identificar a predominância do mecanismo de ajustamento automático da economia, onde há uma redução do consumo, do produto e da renda do país, por consequência o aumento do nível de desemprego, ou seja, o mercado está em busca da sua própria sobrevivência. Este reflexo poderia ser revertido com a aplicação do mecanismo de política econômica, para isso é necessário a concentração dos esforços dos governantes nesta proposta, mas neste momento estão focados apenas em manterem-se governantes.
Mesmo com um cenário repleto de recuos, existe uma tendência com a redução do consumo e juros altos, que é de fomentar o aumento da poupança, as famílias passam a dedicar uma parcela de sua renda por motivo de precaução, o que eleva os níveis da poupança nacional e acabam sendo revertidos para a conta de Formação Bruta de Capital Fixo, pois aumenta a oferta de crédito no mercado financeiro, essa conta é a soma dos investimentos realizados pelas empresas para aumentar a geração de produto, emprego e renda, transformando a crise em oportunidade de equilíbrio macroeconômico.
A Região Sul também contabilizou bons resultados em 2015 na Balança Comercial com um superávit de US$ 5 bilhões, contra um déficit de US$ 4,2 bilhões registrados em 2014, além de uma safra de grãos que representa 36,3% da produção nacional, são 76 milhões de toneladas em 2015, superando em 7% a safra 2014, o que significa mais uma oportunidade a ser explorada no curto prazo pelo setor agrícola.
As previsões apontadas no Relatório de Inflação, volume 17, n°4, publicado pelo Banco Central do Brasil no final do mês de março deste ano, apontam para a retomada do crescimento apenas no médio prazo, após a reação do mercado frente aos ajustes macroeconômicos que estão em curso. O momento requer cautela para manter o nível de atividade existente, reduzir os custos e manter os postos de trabalho, que são essenciais para devolver a confiança das famílias e empresas, gerando a expansão do consumo e investimento.
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Fonte dos dados:
Banco Central do Brasil. Boletim Regional do Banco Central do Brasil, v10, n1. Jan/2016.
Banco Central do Brasil. Relatório de Inflação, volume 17, n°4. Mar/2016.
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ANA PAULA RAMPI. Economista, formada na UNIPLAC/Lages-SC (1996), Pós-graduada em Gestão Estratégica de Investimentos (2006), Mestre em Educação (2013), Coordenadora na UNIMED LAGES (desde 1994), Professora Especialista em Economia da UNIFACVEST/Lages-SC (desde 2010). E-mail: anaunimed@hotmail.com.
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