Dados do Caged mostram que o saldo foi positivo em 14.858 vagas de trabalho em fevereiro. Setor industrial e de serviços lideram crescimento

Santa Catarina teve o segundo melhor desempenho na criação de empregos, com saldo de 14.858 vagas em fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do governo federal. O resultado é superior em relação a janeiro e foi gerado, principalmente, no setor industrial e de serviços. O Estado só ficou atrás de São Paulo, com saldo de 25.412 vagas. "Proporcionalmente pelo número de habitantes, Santa Catarina é o melhor no ranking do país", disse o secretário de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Valmir Comin.

As micro e pequenas empresas foram as principais responsáveis pelo crescimento. Segundo dados do Caged, elas abriram 54 mil vagas no Brasil em fevereiro, contra saldo negativo de 26,6 mil das grandes empresas. Esse é o segundo mês consecutivo de saldo positivo de contratações nos pequenos negócios. 

A explicação está na capacidade de empreender, segundo a coordenadora regional do Sebrae na Grande Florianópolis, Soraya Tonelli. Sem lugar no mercado de trabalho, o brasileiro tem investido no próprio negócio e gerado o 'autoemprego' e, em alguns casos, até contratando. Muitos deles estão com dinheiro na mão devido à rescisão no antigo emprego.

O investimento também é resultado da confiança do empresário. O ambiente econômico de estabilização da inflação, leve baixa nos juros e o câmbio desvalorizado contribui para o aumento do capital produtivo e consequente retomada do emprego. Para Soraya, Santa Catarina sai na frente por ter melhores condições para micro e pequenas empresas. 

Em Santa Catarina, todos os segmentos do setor industrial apresentaram crescimento. A indústria de transformação, com destaque para calçados e têxteis, gerou 10.859 vagas de trabalho. "A nossa expectativa é de que se a turbulência política não contaminar a economia, nós daremos os primeiros passos na recuperação do crescimento", disse o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.

O crescimento também foi observado no setor de serviços (saldo de 2.104) e administração pública (saldo de 1.829). O comércio teve saldo negativo de 1.759 postos de trabalho. "Estes avanços são reflexo, principalmente, da percepção de que a economia brasileira tende a melhorar nos próximos meses por conta da dissipação de boa parte das incertezas", disse o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt. 

Em Santa Catarina, nos municípios com mais de 30 mil habitantes, os maiores saldos de empregos foram gerados em Blumenau, seguido de Jaraguá do Sul e Brusque.