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Entre o cultivo de fumo e o conserto de gaitas

Desde o final da década de 80, a visão sobre o consumo de cigarro passou a mudar de roupagem. Em poucos anos seguintes, a legislação proibiu qualquer tipo de publicidade que tivesse teor de incentivo a fumar. Com isso diminuiu também a produção de tabaco, por conta da redução de consumidores e demais atributos negativos quanto a esse tipo de plantação.  Porém, o cultivo do fumo é fonte de renda para famílias, como é o caso de Luiz Estevan Martendal, de 65 anos, que achou uma forma diferenciada de cultivar a planta, não usando agrotóxicos.
Aposentado, morador da comunidade da Vila Petry, em Anita Garibaldi, ele aprendeu a prática do plantio do tabaco com o pai, quando ainda tinha apenas nove anos e residia em Abdon Batista, sua terra natal.
Martendal, como é mais conhecido, plantou na safra deste ano o equivalente a 2.000 m² de fumo em terreno arrendado para a atividade, que segundo ele produzirá uma média de 300 quilos. "Não tenho contrato com nenhuma empresa, costumo vender em casa e no comércio local. Mas, garanto, é um produto que não tem aplicação de veneno e eu mesmo cultivo a semente", explica o produtor.
O processo de produção até o fumo ficar pronto para a venda passa por várias etapas. "Primeiro tiro as folhas dos pés, depois retiro os talos, elas ficam em processo de secagem natural e em seguida que é feita a corda dele, até ele estar pronto", comenta Martendal, que trabalha praticamente sozinho, contando com o auxílio da filha e do genro, os quais não moram com ele, mas o ajudam quando possível.
Apesar de há anos cultivar tabaco, o produtor conta que nunca fumou. "Gosto muito do que faço, mas não tenho vontade de fumar", destacou.
Durante o dia, Luiz dedica o tempo à produção do fumo e à noite ele realiza outra atividade: o conserto de gaitas. "Aprendi sozinho já faz dez anos a consertar gaitas. É um trabalho que exige bastante atenção e dedicação, mas é recompensador, porque gosto de ver os instrumentos com qualidade", enfatizou.
Em média, cada gaita leva dois dias para ser consertada. "Recebo muitas gaitas para ser consertadas e, para mim, é uma alegria ter esse conhecimento", comentou. Mais que consertar, Luiz também gosta de tocar. "A música faz parte do lazer e deixa a vida da gente mais feliz", conclui.

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