Estímulos à energia solar
Por que utilizamos tão pouco o potencial desse recurso se somos um país privilegiado? Sempre que alguém mencionar termos como sustentabilidade e outros recursos naturais, olhe para o céu e reflita: por que ainda utilizamos tão pouco todo o potencial da energia solar no Brasil, um país privilegiado nesse recurso? Nos últimos anos, diversos avanços legais, circunstâncias econômicas e iniciativas bem-sucedidas tornaram a energia solar uma alternativa mais acessível, além de ser ecologicamente correta.
Vamos começar pela questão econômica: relatório publicado em janeiro deste ano pelo Fórum Econômico Mundial mostra que em 30 países, inclusive no Brasil, o preço da energia solar já é menor do que o combustíveis fósseis. Em 10 anos, o custo de produção de 1 megawatt/hora caiu de U$$ 600 para U$$ 100, próximo dos preços de gás natural, carvão e petróleo - e a tendência é de queda ainda mais acentuada nos próximos anos. China, EUA e Alemanha são os países que têm a maior potência instalada.
Com relação aos avanços legais, o Brasil deu passos importantes para estimular o uso de energia solar como fonte alternativa. Desde março de 2016 está na vigência o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, medida da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que permite que o consumidor instale pequenos geradores como painéis solares fotovoltaicos em sua residência e troque energia com a distribuidora local para reduzir o valor da fatura. Em novembro passado, a Celesc e a multinacional Engie anunciaram Bônus Fotovoltaico, que oferece subsídios de 60% na compra de painéis solares, que pretende incluir mil residências no Estado, o que colocaria SC como líder em equipamentos do tipo instalados no país.
São estímulos decisivos para o aumento da produção no país, já que o principal receio de muitos interessados em instalar painéis fotovoltaicos em casa é o tempo de recuperação do investimento - que leva em torno de 10 anos, às vezes até menos. Como estamos falando aqui de sustentabilidade e de preservação de recursos naturais, o prazo de uma década é ínfimo se considerarmos que a redução de custos é permanente e que, ao contrário dos combustíveis fósseis, trata-se de uma fonte de energia renovável, limpa e abundante.
Referência: SILVA, Fabio. Estímulos à energia solar. Diário Catarinense. Florianópolis, 21 de fevereiro de 2017.
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