MÃE NO SÉCULO 21
O desafio de ser mãe no século 21. É necessário desacreditar que a maternidade é superior à paternidade.
Ser mãe nos tempos modernos implica uma conciliação bastante pesada de funções simultâneas, entre vida pessoal, trabalho doméstico, esposa, vida profissional e a criação dos filhos, tendo que ter muita flexibilidade no seu dia a dia. Hoje a escolha pela maternidade requer coragem e organização, muito diferente de outros tempos. Tudo isso contribui para que a experiência da maternidade seja mesmo um enorme desafio. A mãe idealizada e perfeita não existe mais, por isso, aquelas que escolhem ser mãe assumindo essa responsabilidade, devem ser humanizadas e buscar prazer em todas as suas relações, inclusive com os filhos.
É necessário desacreditar que a maternidade é superior à paternidade, mas, para tal, é preciso desmistificar o amor materno inato e tomar o pressuposto de que o amor paterno também é semeado, alimentado e aprendido no trato diário com os filhos e que em nada difere, em possibilidade, do amor materno, trazendo resultado positivo para a saúde física e emocional da criança. Considerar ambos os amores conquistados, legítimos e de igual qualidade não equivale a dizer que não haja diferenças entre as funções maternas e paternas, pois elas têm suas especificidades. O pai moderno passou a entrar nos consultórios pré-natais, nas salas de parto, participar da vida da criança desde a concepção, interagir nos cuidados com o bebê, dar banho, trocar fraldas, preparar alimentos e, na sua maioria, executa tarefas domésticas. Porém, as mulheres precisam querer e reaprender a dividir o espaço da criação dos filhos com os pais, se despojando do ideal de que só a mãe sabe cuidar dos filhos. Desta forma, conseguirão buscar o equilíbrio para organizar as rotinas, cuidar também do lado pessoal e emocional, da vida do casal, da otimização do tempo e serem mais felizes consigo mesmas.
É importante poder dar atenção de qualidade no momento que tiverem com os filhos, buscar realmente estar ali, interagindo, como brincar, conversar, ouvir, estudar, passear, construir e fazer cócegas.
Além disso, a sociedade precisa criar instituições sólidas para apoiar as mulheres que trabalham fora e reconhecer a importância do papel de socialização de nossas crianças no futuro. O poder público deve garantir que todas as crianças tenham acesso a creches e escolas de tempo integral, para que estejam sob cuidados profissionais e as mães não retirem parte de seu salário para pagar uma escola, uma babá ou uma vizinha pouco empenhada no bem-estar e no futuro dos seus filhos.
Dia das mães é todo dia!
"O PASSADO É UM RIO E NÃO UMA ESTÁTUA" (Anônimo)
Referência: SILVA, Soninha. O desafio de ser mãe no século 21. Diário Catarinense. Florianópolis, 8 de maio de 2016.
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