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Motoristas guiados pelo afeto profissional, ultrapassando desafios

Dos 59 anos de idade, 42 são guiando caminhões, uma paixão descoberta por João Vilmar da Silva, o seu Neno, logo na infância e que se tornou profissão.

A Região dos Lagos tem como um dos destaques de atividade de trabalho, a dos motoristas. Neste dia 25 de julho, data dedicada a celebrar essa profissão, o morador de Campo Belo do Sul, do bairro Sobradinho, volta no tempo para lembrar-se do início da carreira de caminhoneiro e após décadas de atividade, permanece com o mesmo entusiasmo e carinho em ser motorista.

Natural de Anita Garibaldi, da comunidade Boa Vista, Neno relata que aos 7 anos, ao conhecer nas serrarias os caminhões, logo se identificou. "Ali eu achei que seria aquela minha profissão, indo ao contrário do que se imaginava, pois meu pai era professor", conta o filho de João Maria da Silva. "E não só eu gostei da profissão, porque tenho mais quatro irmãos caminhoneiros", completa.

A profissão realmente encantou a família. Neno tem um casal de filhos. Inspirados pela paixão do pai pela profissão, o filho mais velho, Frank, também é caminhoneiro e a filha Juliana, embora seja estudante de Direito, também gosta de dirigir caminhões. Além disso, ele tem oito sobrinhos no segmento.

Mesmo tendo trabalhado em outras profissões, Neno nunca deixou do objetivo e da paixão de ser motorista. Hoje em dia não tem caminhões, mas teve três, e atualmente trabalha por viagens. "Na verdade, sempre trabalhei mais na Região Sul, pra não ficar muito longe da família", comenta o caminhoneiro.

A liberdade que a profissão proporciona, bem como conhecer diferentes lugares, são alguns dos atributos elencados pelo caminhoneiro. Mas os desafios também são lembrados. "O serviço é bom, só falta apoio e valorização. Estamos sempre correndo risco de assaltos e demais problemas de estar longe de casa e sozinhos. Mas seguimos firmes fazendo nossa parte", destacou, comentando ainda sobre os altos impostos que limitam o crescimento profissional: "As despesas elevadas me fizeram várias vezes deixar de comer pra pagar pedágios, uma coisa que vejo desnecessária, porque já pagamos impostos pra ter boas estradas e ter que pagar mais pedágio ainda para terceirizados. É muita fiscalização, o sistema brasileiro está dificultando nosso trabalho. São muitas despesas, continuamos trabalhando, recolhendo impostos e não tendo retorno".

Campo Belo, particularmente, tem um expressivo número de caminhoneiros, inclusive possui a Associação de Motoristas de Campo Belo do Sul, da qual Neno faz parte. Com a paralisação dos caminhoneiros no mês de maio por todo o Brasil, a importância do trabalho exercido por eles foi sentida por todos. No município foram dias de união da classe juntamente com agricultores. "A paralisação ajudou os caminhoneiros pelo preço do óleo, mas esperamos que não aumente abusivamente quando vencer os 60 dias. O Brasil não tem outro meio que não sejam os caminhoneiros", concluiu.

Embora a desvalorização com a classe, Neno expressa com alegria de que fez e faz o que gosta. "Enquanto puder trabalhar, estarei na estrada". Seu trabalho é seu lazer, que ultrapassa as dificuldades e entende o quanto faz a diferença para melhor, de forma direta ou indireta, na vida das pessoas.


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