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Sítios arqueológicos são recadastrados na Região dos Lagos

O conhecimento e a preservação do passado são importantes para o presente e o futuro. Uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), vinculado atualmente ao Ministério da Cidadania, está recadastrando os sítios arqueológicos, que são locais onde se preservam vestígios das atividades de antigas sociedades.
Na Região dos Lagos o trabalho está sendo desenvolvido pelos doutores em Arqueologia, Mirian Carbonera e Daniel Loponte.
Em Anita Garibaldi foram recadastrados 10 sítios, e foi registrado 1 sítio novo. Já em Celso Ramos foram recadastrados 10 sítios e mais 1 novo. Segundo a arqueóloga Mirian, esses sítios não são os únicos, existem outros, entretanto, no momento não foram alvo do recadastro.
Eles relatam que estes sítios têm sofrido muito com as ações antrópicas, especialmente atividades agrícolas mecanizadas dos últimos 20 anos. "Os locais que não foram destruídos, foram parcialmente destruídos, todos de alguma forma sofreram algum tipo de impacto", lamentam os arqueólogos.
Depois de Anita e Celso, as atividades de recadastro estão tendo continuidade em Abdon Batista, Vargem e Campos Novos.
Em Vargem havia quatro sítios a serem revisitados e foram cadastrados três novos, sendo que um sítio estava em bom estado de conservação. "Esse sítio é conhecido como estrutura anelar e tinha como função enterrar os mortos. É um local muito importante para ajudar a entender o comportamento mortuário dessas antigas sociedades", comentaram.
Os doutores explicam que dentro do contexto deste trabalho, o primeiro passo é o recadastro, para entender a situação desses locais, a localização na paisagem, o tipo de sítio, de vestígio, o estado de conservação, entre outros aspectos. Esses dados vão ser atualizados junto ao Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos, mantido pelo IPHAN. "Depois uma porcentagem de locais será escolhida para ser sinalizada, nesse momento será fundamental a parceria com as prefeituras municipais e proprietários para protegerem esses locais, pois além de bens culturais podem ser equipamentos para o turismo. A preservação é fundamental, porque senão em poucos anos esses locais importantes para a memória do país deixarão de existir, e vamos privar as futuras gerações de conhecerem o passado da humanidade", citam os doutores.
O que são e representam os sítios arqueológicos?
No caso do Brasil existe uma divisão importante, os sítios pré-contato, ou seja, todos os locais que contam a história dos povos que viveram anteriormente a chegada do homem branco, como sambaquis, gravuras rupestres, estruturas subterrâneas... ou os sítios históricos, desde quilombos, reduções jesuítas, antigas sedes de fazendas, cemitérios, entre outros. "É só por meio dos estudos desses locais que podemos entender o passado mais antigo do país: que povos viveram aqui, sua cultura, além de fornecer importantes informações das paisagens, climas, ou seja, como era o ambiente. Todos os locais a priori são importantes, mas são levados em consideração à quantidade e antiguidade dos vestígios, o estado de preservação e outros fatores", concluem os arqueólogos.
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