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Barreiristas trabalham sem nenhuma condição

Anita Garibaldi

É indignante a situação em que os barreiristas de Anita Garibaldi trabalham, sem condições nenhuma tanto de trabalho como de permanência no local. É contrastante a situação, já que no momento Santa Catarina está festejando a Certificação Internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de Febre Aftosa sem vacinação.

A barreira sanitária está localizada em Anita Garibaldi, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, próxima a área da Usina Barra Grande. No local trabalham cinco agentes de fiscalização agropecuária, ou simplesmente barreiristas como são chamados as pessoas que desenvolvem o serviço, sendo quatro mulheres e um homem. Eles se revezam em turno de 24 horas.

A barreira no entanto não possui nenhuma estrutura. Os fiscais apenas contam com a disponibilidade um veículo Kangoo e nada mais. É no carro que eles se protegem da chuva e do frio no inverno e do calor e o sol forte durante o verão.

De acordo com o funcionário Eurides Gilberto Fernandes, não existe sanitários, comunicação, iluminação, segurança, água e nem mesmo transporte para que os funcionários chegarem até o local. Eles se viram como pode para se alimentar, fazer suas necessidades fisiológicas e até mesmo para realizarem as abordagens e vistorias dos veículos, principalmente à noite. Segundo ele, em dias de chuva a situação piora, pois são obrigados a permanecer o tempo todo dentro do veículo. "Não temos sequer uma lanterna para fazer as abordagens durante à noite. É necessário utilizarmos o farol do carro", reclama Fernandes.

De acordo com ele, as quatro funcionárias mulheres são obrigadas a levar seus maridos para permanecerem com elas, principalmente no período noturno, pois como não se tem condições nenhuma de segurança, correm riscos de desobediência e desacato por alguns motoristas. "Isso já aconteceu com a colega Luciana que por duas vezes foi desrespeitada por motoristas que não obedeceram a sua abordagem e pedido de revista", ressaltou.

A barreira sanitária era localizada anteriormente na comunidade de São Roque, onde havia uma casa para os barreiristas permanecerem e fazerem as abordagens dos veículos. Mas em março de 2006, o trânsito passou a se realizar pelo novo traçado da estrada que passa sobre a Usina Hidrelétrica Barra Grande. Em função disso, a barreira teve que ser deslocada, passando a funcionar provisoriamente no veículo kangoo enviado pela diretoria da Cidasc. De lá pra cá, de acordo com Eurides, as promessas de construção da casa e estruturação da barreira são constantes, mas que por enquanto está só nas promessas. O terreno já foi doado pela baesa e está devidamente pleinado, esperando há mais de dois meses pelo início da obra.

As exigências dos agentes começam pela construção de uma casa com as mínimas condições de sanitário e instalação de água e luz, além de segurança adequada, com a presença de um policial para acompanhar as abordagens, comunicação, pátio iluminado para parada de veículos e transporte até o local. "Somente desta forma poderemos desenvolver um serviço de qualidade", afirma a fiscal Luciana Viecelli.

Ela destaca a importância do trabalho de fiscalização nas barreiras localizadas nas fronteiras de Santa Catarina, dizendo que há 15 anos o Estado vem trabalhando em busca dessa certificação que foi recebida dia 24 desse mês pelo governador do Estado Luiz Henrique. Conquista a qual, segundo ela, tem a participação direta dos agentes de fiscalização, através do trabalho sério e competente desenvolvido em todas as barreiras de divisas do Estado, inclusive a de Anita Garibaldi, mesmo com todos os problemas enfrentados.

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