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Serra Catarinense engajada na Campanha Sinal Vermelho
Farmacêuticos e atendentes de farmácias de todo Brasil já sabem. Se uma cliente entrar no estabelecimento e exibir um "X" vermelho na palma da mão, a polícia deve ser acionada imediatamente, por se tratar de um caso de violência doméstica.
Sob esse enfoque aconteceu na tarde desta quinta-feira (10), o lançamento da Campanha Sinal Vermelho em Defesa e Proteção das Mulheres na Serra Catarinense. Organizada pelo assistente social do Sistema Amures, Lauro dos Santos, a videoconferência teve a participação de mais de 40 pessoas, entre gestores de Assistência Social, representantes de Delegacia de Polícia especializada em Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso; Ministério Público e Judiciário.
A Campanha Sinal Vermelho em Defesa e Proteção das Mulheres na Serra Catarinense faz parte de uma campanha de âmbito nacional e visa incentivar a denúncia de violência doméstica. Entre março e abril, o índice de feminicídios cresceu 22,2%, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As chamadas para o número 180 tiveram aumento de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais de 10 mil farmácias em todo o país participam da iniciativa e podem receber pedidos de ajuda para encaminhamento às autoridades.
No lançamento da campanha regional, foi consenso a necessidade de se fortalecer as ações de enfrentamento ao problema.
A juíza de Direito da Comarca de Camboriú, Naiara Brancher, palestrou no evento orientando como devem ser os procedimentos aos casos de violência doméstica. "A violência doméstica não é isolada. Nós vivemos numa sociedade violenta e Santa Catarina já registrou 35 feminicídios só este ano", apontou a juíza.
Ela disse que o enfrentamento ao problema passa pelo comprometimento da sociedade em reconhecer a violência. E frisou que o sucesso da Campanha Sinal Vermelho depende do engajamento das farmácias. A campanha busca barrar o recente aumento nos registros de violência em meio à pandemia, pois uma das consequências da quarentena tem sido a exposição de mulheres e crianças a uma maior vulnerabilidade dentro do próprio lar.
A presidente do Conselho Estadual da Mulher, Célia Fernandes, manifestou a preocupação com a escalada da violência doméstica neste período e destacou que a sociedade precisa se reinventar, também no enfrentamento à violência doméstica.
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