Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
De Esmeralda para o Mundo
Por Gilmar Zolet Vieira
Professora, Doutora, natural de Esmeralda, lança o livro "Gregos no Brasil". A obra é resultado de um trabalho de pesquisa sobre a diáspora grega e a formação das comunidades helênicas no Brasil. Este trabalho foi apresentado pela professora Maria das Graças Fernandes como tese de doutorado, na Universidade de Leon (Espanha). Este fato, apesar de sua importância, poderia passar desapercebido para a maioria de nossos leitores, entretanto um aspecto extremamente relevante nos leva a noticiar esta história, qual seja, a Professora Maria das Graças Fernandes é natural de Esmeralda/RS. Filha de Glorocindo Fernandes de Oliveira (in memorian) e Maria Lisboa de Oliveira. Maria das Graças formou-se em Licenciatura Plena em Geografia e Economia pela UCS (Universidade de Caxias do Sul), é Especialista em Geografia Ambiental Urbana pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Mestre em Planejamento Urbano Regional também pela UFRGS e Doutora em Ciências Humanas pela Universidade de Leon (Espanha). Trabalha como Professora na rede Pública Estadual em Porto Alegre, é professora Universitária e orientadora de doutorado e membro das bancas de doutorado na Universidade de Leon (Espanha). Em diálogo com o Correio dos Lagos a Professora Maria das Graças comentou um pouco sobre o seu trabalho, expresso na obra Gregos no Brasil, "A sistematização de fatos e dados históricos sobre a vinda para o Brasil de imigrantes gregos, sua organização social em território brasileiro e legado cultural para a formação do conjunto pluriétnico da nação brasileira é praticamente inexistente na historiografia sobre o processo imigratório no Brasil. A busca de explicações sobre esse fato nos levou a tecermos algumas considerações sobre a produção historiográfica à cerca do processo imigratório brasileiro nas últimas décadas. O material bibliográfico sobre as condições históricas de formação da sociedade brasileira e o desenvolvimento econômico do país, sobre a história da Grécia e a diáspora grega, foi de fundamental importância para a montagem da tela objetiva sobre a qual foram tecidos os raros e dispersos dados obtidos em arquivos oficiais sobre a imigração grega em terras brasileiras, como revelações significativas colhidas em arquivos e depoimentos pessoais. O outro elemento central de coesão étnica das comunidades heleno-brasileiras é a religião ortodoxa. A fundação de igrejas é sempre um marco histórico na organização das kinôtitas". Segundo a Professora Maria das Graças não se sabe o número preciso de imigrantes e descendentes gregos devido à falta de registros oficiais, mas em Porto Alegre-RS a Sociedade Helênica é uma entidade cinquentenária, essa associação protocolou, em 1955, a sua existência formal. Em Florianópolis, em 1880, começou a formar-se expressiva colônia de imigrantes gregos na cidade de Desterro, hoje Florianópolis. A comunidade greco-brasileira do Estado de Santa Catarina, formada desde a primeira atracação involuntária do Capitão Savas, se ramificou para o Estado do Paraná. Atualmente, calcula-se que existam 2000 gregos e seus descendentes no sul do Brasil distribuídos em 12 Comunidades Helênicas, sendo a mais expressiva em São Paulo.
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