Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
ENVELHECIMENTO E JUVENTUDE parte 1
Por João Maria
Atualmente não só se vive mais, como é possível manter a aparência jovial por mais tempo. Os avanços foram tamanhos que muitos pesquisadores acreditam que não demorará a chegar o dia em que homens e mulheres centenários deixarão de ser a exceção nos países desenvolvidos ? e com aspecto e disposição de pessoa com trinta anos a menos. Mais velhos, porém mais jovens.
Das três variáveis envolvidas na equação para o aumento da expectativa de vida de uma população, duas pode-se dizer, estão sob controle: a relação da taxa de mortalidade no início da vida e o aumento dos índices de sobrevivência às doenças típicas da velhice. De modo geral, as crianças se fortalecem graças às vacinas, aos antibióticos, à melhora de nutrição e das condições sanitárias. Os idosos, por sua vez, se tornam mais longevos porque a medicina e as ciências farmacêuticas identificam e tratam as mazelas próprias da idade com métodos de diagnósticos mais precisos, técnicas cirúrgicas mais apuradas e medicamentos mais eficazes. A terceira variável é o envelhecimento propriamente dito, um fenômeno de extrema complexidade sobre o qual a ciência vem conquistando vitórias relevantes. \"Embora o caminho para desacelerar ao máximo a degenerescência celular seja longo, hoje sabemos que ele é possível\".
É fato comprovado desde a década de 30, que organismos que ingerem menos calorias envelhecem mais lentamente. Não se conhecem ainda todos os mecanismos moleculares e celulares desencadeados pelo comedimento alimentar. Historicamente está claro que os que seguem com regularidade uma dieta parca e saudável apresentam uma taxa de mortalidade 8% menos que a da população da mesma faixa etária.
Os superlongevos: a evolução do número mundial de centenários nos últimos 58 anos e sua projeção para 2050: ano de 1950 ? 24.000; hoje 269.000 ? 3,6 milhões (projeção).
A ciência ainda não desvendou todos os mecanismos do envelhecimento. Mas uma coisa é certa: só envelhecemos porque deixamos de ser interessantes para a perpetuação da espécie. Nada na biologia faz sentido a não ser à luz da evolução; é nas ideias do naturalista inglês Charles Darwin (1809 ? 1882), pai da teoria evolucionária, que devemos buscar as razões da decadência do corpo depois de certa idade. Nós envelhecemos, em resumo, porque deixamos de interessar à natureza no que diz respeito à perpetuação da espécie.
Referência
Revista Veja - 2094 ed ? ano 42- n 1 ? 7 de janeiro de 2009. pp. 70/74
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