Jornal Correio dos Lagos

Região – Não chove em grande proporção há pelo menos três meses nos municípios da região. As consequências da estiagem têm provocado grandes estragos na maioria das cidades. Na zona rural a situação é mais preocupante. Os agricultores tem sentido na pele o que é conviver de perto com a seca. Celso Ramos, no planalto sul catarinense é um dos municípios que mais sofre com a falta de chuvas. Por lá, as perdas na lavoura de milho e feijão se aproximam de 80%. Para piorar as coisas, a falta de água compromete a produção de leite e a criação de animais de corte.

Na propriedade de Afonso de Matia, na localidade de Lage de Pedra, a situação é desesperadora. A falta de água compromete a sobrevivência do rebanho. Com cerca de 200 cabeças, o produtor rural ameaça vender o rebanho caso não chova nos próximos dias. “As nascentes estão secando e o abastecimento de água está bastante comprometida”, diz o agricultor, contando que para não deixar o gado sem água foi obrigado a improvisar uma caixa de água, e que não está sem o líquido para consumo em virtude da existência do poço artesiano que atende as famílias da comunidade. Segundo ele, em toda a sua vida, nunca viu algo semelhante. “Sempre morei no interior de Celso Ramos, porém esta estiagem está me deixando com vontade de abandonar tudo e partir para uma outra atividade, acompanhando os meus filhos que já residem em cidades maiores no Estado do Rio Grande do Sul”, comentou seu Afonso, 67 anos, bastante desanimado com a atual situação.