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Família

Por João Maria

A família numa cultura de decadência. Ela é templo sagrado onde cada ser humano aprende, no amor a seus pais e irmãos, a amar a Deus e a seus semelhantes, e é ao mesmo tempo a oficina insubstituível onde se forjam as bases da unidade humana. A espécie humana só poderá subsistir e manter sua elevação hierárquica enquanto existir a família, que é o meio vital e a força moral que sustém e ampara os homens, distinguindo-os de todas as demais espécies que povoam o mundo.

Uma instituição milenar. Apesar de tanto já se ter escrito sobre a família, nossos sentimentos estão sempre a nos adicionar às análises já conhecidas, aos artigos lidos, às considerações e comentários espalhados pelo mundo?

De várias fontes nos chega, com alguma freqüência, a declaração de que a família se encontra mesmo em decadência. Afirma-se, até, que estão surgindo novos padrões, outros modelos, opções mais modernas, configurações mais satisfatórias, tudo em obediência aos chamados "novos tempos".

A universal e milenar instituição da família estaria em decadência? Ou se decadentes estariam, mais propriamente, os valores da cultura atual, o Ocidente e do Oriente, que já se mostram incapazes de manter de pé a família que os terráqueos puderam um dia conceber, instituir e amar. Noutras palavras, não seria a propalada decadência um reflexo da desorientação em que megulharam homens e mulheres da atual civilização, ensejando problemas de contorno colossais para a manutenção dos seus valores não materiais?

O homem não inventou a família. A mente concorda com o coração quando este diz a ela que família é, sobretudo, exercício de afeto; que família e, mais que tudo, aprendizado e ensino do amor. Dois seres, por atração física e afetiva, e por afinidades diversas, se aproximam, se vinculam e chegam a conceber a possibilidade de uma união estável. É no amor dos pais, entre os pais e aos pais, assim como no amor de irmão a irmão, que se aprende a amar a Deus e aos semelhantes. Em se tratando de amor, ainda não se inventou nada igual, nada se quer parecido...

A origem de instituição familiar não é humana. O homem não inventou a família. Ela é preexistente, podendo ser vista entre os animais, plantas, e em diversas moléculas da vida animada. A família constitui, portanto, uma instituição universal, sobrepondo-se aos valores de cultura e civilizações. Ao homem, por sua condição de ser inteligente e consciente, coube a tarefa de conceber, instituir e manter a organização familiar humana, à luz do princípio universal.

Famílias bem estruturadas e bem constituídas fazem confiar num mundo bem estruturado e bem construído, um mundo melhor.

João Maria da Silva

Revista Fundação Logosófica n 12

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