De acordo com o agricultor, o principal fator que influenciou neste aumento foi o clima registrado. "No ano anterior tivemos muitas geadas fora de época dificultando a polinização. Desta vez o clima colaborou, as chuvas foram bem distribuídas e não houve grandes alterações de temperaturas", disse Marion.

O produtor é o único da região serrana que faz o cultivo de forma natural, sem a utilização de nenhum tipo de agrotóxico. Segundo ele, isso faz com que o produto seja mais valorizado no momento da comercialização. "As pessoas estão se conscientizando aos poucos, de que, é importante consumir produtos naturais. Dessa forma a cada ano aumenta a procura pelo kiwi orgânico que cultivamos", ressalta.

O Técnico agrícola iniciou a cultura diferenciada no ano de 1997, depois que pesquisou e descobriu a viabilidade da comercialização. Passados 10 anos, hoje ele tem cerca de 10 hectares de área plantada. Para controlar o ataque de pragas e insetos nos parreirais, o produtor rural se utiliza de armadilhas naturais, chamadas de hospedeiros. "São nada mais do que, vassouras, carquejas e outros matos que deixo crescer embaixo do parreiral para que os insetos, lagartas e outras pragas não precisem atacar e danificar os frutos faz parte do eco-sistema", explica ele, que também aproveita outros métodos naturais para afastar os riscos de perda de produtividade.

Atualmente quase que na sua totalidade, toda a safra é comercializada no Estado de São Paulo. Outros clientes são conservados em Curitiba e Florianópolis. Uma pequena parcela é vendida a granel na região. O Kiwi já possui certificação internacional de produto orgânico emitido pelo instituto biodinâmica da capital paulista. Essa referência pode servir como alternativa para que o produtor possa iniciar a exportação do fruto nos próximos anos. Atualmente o preço de mercado varia entre R$ 2,30 à R$ 2,50 o quilograma, equivalente a 30% a mais do que o produto cultivado de maneira convencional.