"Se a estiagem persistir, a situação vai ficar desesperadora", comenta o prefeito Janerson José Delfes Furtado, que na tarde de terça-feira decretou situação de emergência, esperando por ajuda dos Governos Estadual e Federal.

Segundo ele, ainda não se tem um cálculo dos prejuízos nas lavouras, mas as perdas são grandes, principalmente afetando as safras de milho e feijão.

Dona Palmira Antunes de Lima, 86 anos, moradora da comunidade de Camargos, diz que nunca viu um fato semelhante em sua vida. "Estou morando na comunidade há mais de 50 anos, e confesso que nunca vi uma coisa dessas", conta a aposentada, dizendo que a falta de água em sua casa, está dificultando a sobrevivência dela e dos demais familiares. "Somos obrigados a tomar banho no Rio Canoas. Não tem outra solução, além do mais, água potável na torneira, deixou de existir", diz Dona Palmira, esperando que a chuva volte a cair em grande proporção o mais brevemente possível.

Na comunidade do Araçá, até os riachos estão secando, e lavouras inteiras ficarão sem produção. "Parece até o fim do mundo. Estamos encostados no Rio Canoas, mas não temos água para beber", salienta o agricultor Antônio Ozório dos Santos, que está bastante nervoso com a situação.

"Não chove mais, há tanto tempo. Ontem ainda se armou um temporal, mas infelizmente como das outras vezes, caem só uns pingos que não dá nem para apagar o pó da estrada, que dirá para juntar água nos riachos", alegou o aposentado, afirmando que alguns vizinhos estão perdendo as plantações em virtude do forte calor e a estiagem. "Olha, estamos rezando para chover, senão só Deus sabe o que vai acontecer", finaliza seu Ozório.

Sergio Pinheiro