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Sociedade Enferma

Jornal Correio dos Lagos

Vibrei ao ler o artigo da Lya Luft intitulado "Crime e Castigo" Edição 3123 da Revista Veja.

É maravilhoso quando se encontra alguém que tem competência e coragem para dizer verdades, como por exemplo "que nós vivemos numa sociedade moralmente enferma". Pois é isto, tudo começa no relacionamento entre pais e filhos face a teoria de que "é proibido proibir" e mais uma série de psicologismos, daí para pais, alunos e professores; estamos assistindo uma novela da Globo que bem retrata a tendência desse relacionamento, pois a cada dia é mais comum professora ser agredida em sala de aula. Na escola por sua vez, Português, Matemática, Ciências, são matérias secundárias, a prioridade são "os direitos de cidadania" Na continuação temos que: adolescente que comete crime, por mais hediondo que seja, não é criminoso, é imbecil, é o que determina a lei e eis aí um braço privilegiado do crime organizado.

O ensino, segundo dados da Unesco está entre os piores do mundo; a principal alegação é a baixa remuneração do magistério, mas, eu conheço um Município que possui um belo Plano de Carreira, os professores são todos formados e têm promoção automática por cada curso de aperfeiçoamento que fazem e a sua remuneração está acima da média regional, entretanto, no Estado, segundo a pesquisa acima mencionada, existem 26 Municípios cujo nível de ensino está abaixo da média nacional, que já é péssima e esse Município a que me refiro é um dos 26. Portanto o problema não é só de aumento de salário, mas principalmente do critério da concessão, que deve ser o da meritocracia, isto é, o da eficiência do trabalho realizado, ou seja, o critério de aumento de salário deve estar vinculado à média das notas dos alunos de sua classe. Nesse emaranhado os políticos vão assumindo a carapuça de corruptos, sem se levar em conta que estes são extratos da sociedade; começa que para se elegerem precisam comprar a di-nheiro ou com promessas de cargos ou favores os votos dos eleitores, o que é um crime eleitoral imposto pelo eleitor desonesto, pois este deveria ser o alvo da lei e não é o político que se elege que compra votos, o que se elege compra mais e melhor, pois os que não compram votos, desistem na primeira semana de campanha por verificarem a inviabilidade da suas candidaturas; é evidente que toda a regra tem exceção, nesse meio há um percentual consi-derável de pessoas honestas.

Enquanto isso, o crime organizado no País, assume proporções assombrosas e o combate através do confronto armado, estabeleceu uma escalada cuja perspectiva é o caos: mais armas, mais força, mais gente, que é suplantado no próximo embate. Pois o combate ao crime não pode ser somente pela força, mas principalmente por estratégia e o famoso "Ovo do Colombo" está aí – basta liberar o comércio das drogas, exceto a exportação, isto para impedir que o País se transforme num corredor de exportação do narcotráfico, com isto acaba com o poder econômico do crime que lhe permite adquirir armamento sofisticado, corromper autoridades, dominar favelas inteiras, etc. etc.

Por outro lado, o usuário de drogas seria recolhido sumariamente para centros de recuperação, por um período mínimo de três meses que, seria duplicado a cada reincidência, podendo chegar a décadas. Ah! mas fere direitos individuais – os direitos individuais devem estar subordinados aos deveres da vida – ninguém pode ter o direito de se suicidar, e as leis podem ser mudadas. Vamos abandonar o romantismo, a demagogia e topar de frete a situação que é gravíssima.

Seria muito bom que a imprensa, através de repórteres corajosos; a igreja, os políticos não demagogos, pusessem esse tema na pauta de discussão.

 

Darcy Lima

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