Ouviam-se rumores nos dias amenos do inverno do corrente ano, de que o frio estava muito brando e que nem parecia ser a estação mais fria do ano. Quando muitos achavam que as temperaturas baixas desta época não iriam mais dar ‘as caras’, eis que os metereologistas começaram a anunciar a sua chegada, e a população meio incrédula ficou surpresa. O frio deu o ar de sua graça, e desta vez com forte impacto. As baixas temperaturas chegaram tão à vontade que se espalharam como raízes no chão por inúmeros municípios que há tempos, ou mesmo, nunca haviam presenciado o fenômeno natural da neve, por exemplo.
A neve. Que visita ilustre. Para os serranos acordar vendo a extensa camada de gelo cobrindo os campos e as matas faz parte da tradição de todos os anos, mas sentir flocos de gelo caindo do céu e formando um tapete branco, é uma novidade, ainda mais quando isso acontecia durante o dia e em pleno exercício das atividades dos trabalhadores.
Até aqueles que por vezes a haviam visto e sentido, voltaram a ser crianças e se dispuseram a brincar com o gelo.
Durante esta semana o tema inicial das conversas tornou-se uniforme: o frio. É comum que as queixas acompanhem assuntos como estes, além das dores, dificuldades de locomoção e de trabalhar, sem falar na tristeza de abandonar os aconchegantes e calorosos cobertores pela manhã, e tantos outros impasses de dias gelados. Para completar ainda se ouve aquela rotineira frase: “Coitados daqueles que não têm onde morar, que ficam pelas ruas descobertas e que tem que trabalhar no tempo”. Ao pensar desta forma o ser humano no mínino deveria colocar-se no lugar dessas pessoas, pensar assim é sinônimo do sentimento denominado compaixão. Para os cidadãos/indivíduos que têm condições de doar roupas, cobertores ou quaisquer objetos que possam aquecer, o sentimento transforma-se em ação, chamada de solidariedade.
Muito melhor aquecer alguém do que se desfazer desprezadamente das roupas, cobertores e até travesseiros, ou pior, jogá-los à beira de estradas e ainda poluir o meio ambiente. Cada um sabe o que faz e para quem faz. Mas o retorno é recíproco conforme o ato.
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