Bandeiras vermelhas
As bandeiras vermelhas no que nos referimos neste editorial não são por causa do Inter ou do Flamengo, que bom seria se o nosso assunto fosse futebol e a diversão que os campos trazem com estádios lotados e a bola rolando com muitos lances e gols, mas faz alguns meses que os estádios estão vazios e o assunto é único: a pandemia do Coronavírus e agora com suas variantes e os riscos gravíssimos que os estados enfrentam.
Difícil abordar um assunto que já está massacrante para toda a população, que quando se imagina que a vacina chegando será o fim da pandemia e o que percebemos são leitos de UTI lotados e pessoas falecendo por falta de um respirador.
O mês de março se aproxima e com ele a data em que tudo parou. O dia 17 de março de 2020, com certeza, é lembrado por muitos e, em breve, 365 dias terão se passado e qual o cenário que temos hoje? Mais de 7 mil mortos no estado catarinense, 92% dos leitos de UTI na cidade de Lages estão lotados e a população parece que voltou à vida normal, sem os cuidados essenciais para evitar a propagação. Os jovens vivem como se o vírus não circulasse mais e insistem em fazer as famosas "festinhas clandestinas", o uso da máscara para muitos se tornou artigo utilizado num passado distante, pois se esquecem diariamente que seu uso continua sendo obrigatório.
É compreensível que as pessoas estão cansadas, mas infelizmente não se pode fazer nada, a não ser se cuidar e cuidar da vida de quem está próximo de ti.
Vejamos o vizinho estado do Rio Grande do Sul, com a grande quantidade de regiões em Bandeira Preta, ultrapassando o nível gravíssimo da doença e o colapso batendo à porta. Vejamos a região de Chapecó, no Oeste Catarinense, que o colapso chegou, os leitos acabaram e os pacientes precisaram ser transferidos para outras cidades.
Agora imaginem quem perdeu um ente querido para a doença, imagine você ver por uma última vez alguém esbanjando saúde e de repente ser infectado pelo vírus, e a doença o levar para um leito de hospital e infelizmente não ser possível dar o último adeus, o último abraço, beijo e talvez pedir o perdão por algo acontecido no passado e que foi se postergando. Pense nisso antes de sair de casa sem a máscara, antes de ir para a festinha, antes de compartilhar a cuia do chimarrão, antes de fazer visita a vizinha, antes de ter os cuidados necessários para preservar a sua vida e daqueles que ama.
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