Famílias atingidas estão alojadas em acampamento
O grupo formado por aproximadamente duzentas famílias, está na comunidade de Nossa Senhora das Graças, interior do município de Abdon Batista desde o dia 13 de agosto. Segundo informações repassadas pelo vereador e atingido do município de São José do Cerrito, Natalino Ramos Correa,a permanência no local tem data indefinida. “Enquanto tiver uma família com pendência estaremos aqui reunidos, somos um grupo e lutamos juntos, unidos”, comentou.
Na quinta-feira (5) estava programada uma visita de representantes do Ministério Público Federal, porém a visita ao acampamento não foi realizada, pois, segundo Marcio Couto, um dos atingidos que auxilia nas negociações alguns encaminhamentos estão adiantados e providências já estão sendo tomadas pelo fato do Ministério Público ser conhecedor dos problemas enfrentados pelos atingidos. “Esses encaminhamentos são bons para nós atingidos, é um sinal que todas as denúncias e problemas que são verídicos, mobilizaram e comprovaram que os problemas existem e os encaminhamentos do governo federal estão adiantados e a notícia para nós é que a situação terá um encaminhamento bom, pelo menos modificará um canal de diálogo, pois sempre tivemos que acatar a pauta do Ministério Público Estadual e isso não ficou bom para os atingidos. Se não tivesse problemas não estaríamos mobilizados”, comentou Marcio.
Principais problemas enfrentados pelos atingidos
Além do não pagamento de benefícios para algumas famílias que alegam ter direito, como também, filhos de atingidos, o problema enfrentado pelas comunidades atingidas pela usina é a falta de acesso. Os cinco municípios de abrangência do empreendimento estão isolados. Segundo o vereador cerritense , Natalino, as quatro Balças que ligavam as comunidades foram retiradas, além das pontes que estão danificadas os acessos estão sendo feito por barcos, o que apresenta perigo a quem precisa fazer a travessia. Outro ponto apresentado por Marcio está relacionado aos reassentamentos em Áreas de Preservação Permanente (APPs). “Sabemos que é proibido por lei, porém as pessoas estão tendo que roçar as beiras de rio para poder plantar e sabemos que é impossível uma família sobreviver nessas áreas. Quem tiver dúvida é só sair a campo e comprovar. Falta fiscalização do poder público e órgãos competentes”, enfatizou Marcio, colocando também que a falta de energia elétrica afeta os moradores. “A Celesc está pedindo prazo de um ano para fazer as ligações e sabemos que neste caso de desapropriação deveria ter um acompanhamento melhor”.
Expectativa
“A nossa expectativa é que tenhamos um canal de diálogo a nível federal, permaneceremos com o acampamento não sei se aqui ou mais para perto, até o último direito sair, muitas pessoas não tem onde morar e aqui estão se sentindo melhor embaixo de uma lona do que em casa de parentes”, frisou Marcio.
Durante o período que estão acampados, assembleias são realizadas, para repassar informações e algumas visitas são realizadas de vereadores dos municípios de abrangência da usina, bem como padres e outras autoridades que demonstram apoio aos atingidos.
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