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Atingidos pela Usina Garibaldi estão acampados em comunidade de Abdon Batista

Famílias cobram solução de problemas sociais do consórcio construtor da Usina Hidrelétrica Garibaldi

Famílias cobram solução de problemas sociais do consórcio construtor da Usina Hidrelétrica Garibaldi. Pessoas estão acampadas nesta semana na comunidade Nossa Senhora das Graças, no município de Abdon Batista. A luta destas famílias ganhou o apoio do bispo diocesano de Lages, Dom Irineu Andreassa. 

Segundo Dom Irineu, essas reivindicações tem que ser feitas com mobilizações organizadas, caso contrário, esses atingidos correm o risco de não terem de volta uma propriedade. A decisão de reivindicar deve ser conjunta, argumenta o bispo. Ele relatou à Rádio Cultura, que são mais de duzentas famílias nessas condições, ou seja, ficaram sem suas terra e estão no aguardo de uma decisão da Empresa Triunfo.

Dom Irineu manifestou sua indignação e cobra com veemência uma atitude das autoridades. A situação das famílias relatou o bispo diocesano de Lages, é de desespero.

A autoridade religiosa sugeriu que a multa de R$ 10 milhões de reais aplicada pela Fundação de Meio Ambiente (FATMA), à empresa Triunfo, deveria ser revertida em prol dos atingidos. Na opinião do bispo, estas situações empurram muitas famílias para as periferias das cidades, onde sem estrutura, acabam entrando para o crime, denuncia. A culpa desta situação é do estado, salienta o religioso, ratificando o posicionamento de apoio da Diocese de Lages às famílias que aguardam um posicionamento.

A decisão das famílias que estão reivindicando vai ser tomada em conjunto a partir desta mobilização em Abdom Batista. Na localidade de Nossa Senhora das Graças, estão acampadas pessoas de Abdon Batista, Cerro Negro, Vargem, Campo Belo do Sul e São José do Cerrito, municípios atingidos pela Usina Garibaldi.

As famílias também cobram da Rio Canoas Energia, responsável pelo empreendimento da Hidrelétrica, solução para os transtornos gerados devido a um erro topográfico que acabou provocando problemas de alagamento em comunidades de Vargem e São José do Cerrito.

Devido a este erro, o lago ultrapassou sua cota e atingiu comunidades que não deveriam ser alagadas. As famílias devem permanecer no local até que se chegue a um consenso com o empreendedor. 

A gerente ambiental da Rio Canoas Energia, Sueli Biedacha, declarou que a Rio Canoas Energia vem realizando reuniões frequentes e solicitando que todos os casos de reclamação sejam nominados e destinados à empresa, para que o consórcio possa avaliar a situação e dar uma resposta a cada família. De acordo com a engenheira, nas indenizações em dinheiro para as famílias atingidas, todos os processos já foram concluídos. Os novos casos que surgiram depois das cheias, enfatiza, estão sendo identificados pela empresa, através das equipes de topografia. 

Usina Hidrelétrica Garibaldi

A Rio Canoas Energia é a empresa constituída pela Triunfo Participações e Investimentos para implantar e administrar a Usina Hidrelétrica de Garibaldi, em Santa Catarina. A usina foi concedida pela ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica - no leilão de 30 de julho de 2010 para a Triunfo, que passou a ter o direito de explorar a UHE Garibaldi pelo prazo de 35 anos, a contar da assinatura do contrato de concessão, que ocorreu em 14 de dezembro de 2010.

A UHE Garibaldi foi construída no Rio Canoas, entre as cidades de Abdon Batista e Cerro Negro, em Santa Catarina. A capacidade instalada da é de 177,9 MW, gerando 83,1 MW de energia assegurada, o que corresponde a uma produção de 727.956 MW/ano.

A geração comercial de energia da primeira turbina da usina deve começar neste segundo semestre de 2013, e o contrato de comercialização tem duração de 30 anos, contados a partir de 1º de janeiro de 2015.

por Antonia Claudete Martins (Rádio Cultura AM), dia 15/08/2013 às 14:05 

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