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Museu de relíquias em Celso Ramos
O agricultor, funcionário público e historiador Angelir Burigo é amante das antiguidades e o hobby de colecionar coisas antigas, transformou sua propriedade em um verdadeiro museu.
A casa de mais de 60 anos foi reformada e recebe os móveis e objetos que ele foi adquirindo no decorrer dos anos e está situada no Sítio Roncador, no município de Celso Ramos. São peças de diferentes formatos, tamanhos e serventias, desde garrafões, rádios, até máquina de bater manteiga, itens comprados, ganhados e guardados com muito amor e zelo.
Os utensílios vão desde os mais pequenos como moedas, notas originais, camas de molas, facas antigas, lampiões até os maiores e difíceis de encontrar como a pick um willys ano de 1963 (ano do seu nascimento) uma Brasília 1977 que foi de seu pai e objetos que carregam além do valor histórico, o sentimento emocional e boas lembranças.
Angelir destaca que os objetos foram sendo adquiridos através de doações de pessoas que não queriam se desfazer das peças, outros foram comprados em ferros velhos e diferentes locais na região.
Tem o setor de relíquias eletrônicas com diversos modelos de rádios das décadas de 30 e 40, televisores e vitrolas/toca discos que ainda funcionam. "Eu me divirto ao ouvir músicas de outras décadas. Tudo aqui tem uma história, são coisas de várias partes do mundo que vieram parar aqui, mas também tenho peças que são de Celso Ramos, que contam um pouco do passado da nossa região e de nosso povo", comenta.
No setor agrícola, Angelir expôs todos os equipamentos utilizados há algumas décadas. Entre os equipamentos, ele destaca a trilhadeira, prensa de torresmo, tachos, moedor de quirela, carrinho de mão de madeira, arados, canga de boi, e diversos tipos de moedores e diversas carpideiras entre elas uma que tem um valor sentimental muito grande porque era do avô de Angelir, Ferdinando Burigo. "Fui percebendo que essas coisas antigas estavam indo embora e não iria sobrar mais nada. E para que os jovens conhecessem como as coisas eram antigamente decidi guardar, e depois de anos guardando resolvi organizar na propriedade e montar elas assim. E aos poucos fui adquirindo objetos que ainda não tinha. Hoje, esses objetos são raros e não existem mais", declara o historiador que pretende transformar um paiol antigo em uma pousado, visando o olhar turístico, uma vez que o município de Celso Ramos tem grande potencial e Angelir destaca a sua participação do projeto da ADREL, onde foi contemplado com o kit de cama e utensílios para receber visitantes.
"Acho muito importante valorizar e preservar a memória, o modo de vida e o conhecimento tradicional das famílias, enfatizando a riqueza cultural que existe no cotidiano das pessoas. Sempre fui apaixonado pelo campo e saudoso das coisas antigas, decidi instalar um espaço cultural no próprio sítio como forma de resguardar o passado do homem rural", comenta destacando que o que está sendo guardado são coisas de valor agregado, que mexem com o sentimento de todos aqueles que viveram no campo e trabalharam principalmente com utensílios manuais. "Tudo que fizemos com amor, com paixão tem mais valor, fica mais bonito e não sofremos pra fazer, é o trabalho prazeroso. E como dizia Cazuza: "Eu vejo o futuro repetir o passado. O tempo não para".
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