Acompanhados pela deputada federal Luci Choinacki (PT/SC), os representantes dos atingidos pela usina Garibaldi, (a qual está sendo construída no município de Abdon Batista, porém atinge também Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Vargem e São José do Cerrito), relataram sobre o número de famílias que tiveram seus direitos negados e sobre aquelas famílias que sofrem com a insegurança de não ter respostas da empresa. Eles reclamam também sobre a falta de acessos, estradas em péssimas condições, falta de água potável nas propriedades, luz elétrica com problemas e os casos de depressão das famílias que não receberam indenização e estão morando embaixo de lonas, incluindo filhos de proprietários que não tiveram nenhuma indenização. Participaram da reunião em Brasília o vice-prefeito de Abdon Batista, Fernando Mocelim, o vereador de São José do Cerrito, Natalino Ramos Correia e Marcio Couto do município de Abdon Batista.

De acordo com o vereador,  são cerca de 170 famílias acima do barramento que apontam algum tipo de problema  e outras tantas que estão abaixo do barramento, nas localidade de Araçá, Cruzeirinho e Nossa Senhora das Graças, as quais se encontram em área de risco e muitos dessas famílias perderam a fonte de renda, pois trabalhavam nas terras hoje cobertas pelas águas da usina. O vereador destaca que o que eles reivindicam não é somente a carta de crédito. “O que queremos não é somente dinheiro mas sim terras para que possam produzir”.

Fabiano relata que a invasão realizada nos últimos dias,deveu-se à falta de diálogo e respostas por parte da empresa Triunfo. “Os atingidos solicitaram que uma reunião fosse realizada com a presença do presidente da empresa Carlos Henrique Scaldo, o que não foi realizado”, comentou o vereador dizendo também: “Estamos  com problemas com a polícia militar do município de Abdon Batista, os quais estão revistando os atingidos de forma abusiva , concordo com as ações deles, porém estão perseguindo uma classe só, o que deverá ser realizado com todos que transitam pelo local”, enfatizou. Os agricultores continuam acampados na localidade de Nossa Senhora das Graças há mais de noventa dias e só deixarão o local quando tiverem um diálogo com a empresa e diretamente com o presidente. 

Mocelim destaca que não é contra as barragens, porém é contra a forma indiferente como os atingidos foram e estão sendo tratados pela empresa. “Estou do lado do povo, dos atingidos e darei meu total apoio. Estamos aguardando uma posição da empresa e um diálogo direto com o presidente Carlos Henrique Scalco”, finalizou.

De acordo com o vereador, uma nova reunião foi marcada em Brasília, a qual está sendo realizada nesta quinta-feira com representantes da ANELL e Ministério de Minas e Energia com a presença do Bispo Dom Irineu Andreassa  para avaliar a situação.