Se chegar ao município de Celso Ramos e perguntar pelo João Jovenil Grassi, poucas pessoas irão saber quem é, mas se perguntar pelo Canaverde, com certeza saberão de quem estão perguntando.
Caminhoneiro por 46 anos, sempre trabalhando com frota própria, Canaverde dedicou sua vida as viagens pelo Brasil a fora e a cerca de dois anos reduziu o ritmo das viagens, deixando a função para os filhos Joemir e Josimar, que se dividem um cuidando da parte burocrática e de escritório e outro segue viagem junto da namorada que trabalham juntos.
Casado com Leonilde Grassi, ambos nascidos e criados em Celso Ramos, o casal buscou encontrar atividades que pudessem ocupar o tempo, após a redução das viagens realizadas por Canaverde, foi então que surgiram as uvas, as geleias e a casa de campo.
“Eu ficava admirado em plantar o pé de uva e depois tomar o vinho. Meu medo era parar após anos como caminhoneiro e pensar o que iria fazer, então eu tinha que ter um lugar para permanecer. Meu pai tinha esses terrenos que está entre as comunidades de Santa Lucia e Caravágio, cerca de 1km do centro da cidade, então surgiu a ideia de produzir a uva e durante os anos em que eu estava na estrada, fui produzindo a uva e a laranja em parceria com meus irmãos, quando parei de viajar, já tinha a uva para produzir o vinho”, comenta Canaverde destacando também que na família o pai e o avô plantavam uva e produziam o vinho. “Quando eu era pequeno, fomos no porão da casa do avô onde ficavam as pipas, naquela época as torneiras eram de madeira, lembro que eram pipas enormes e a torneira escapou fora, e o vinho começou a vazar. Tinha uma festa em Santa Lúcia, as pessoas viam vinho nas valetas das estradas e nós no porão caindo um para um lado, outro pra outro, era vinho pra todo lado e pra não deixar derramar, tomamos e depois o pau pegou, lembro que foi uns 500 litros de vinho fora”, relembra a história em meio aos risos.
A forma de produzir o vinho hoje é artesanal e os cuidados iniciam já na parreira. “Como sei que nós que iremos tomar o vinho, tenho muito cuidado principalmente em não colocar defensivos, pois quero tomar algo saudável”, destaca.
A produção de vinho iniciou em 2016 com as primeiras garrafas e a cada ano foram sendo ampliadas. A adega fica na casa de campo construída recentemente e o que é produzido é destinado ao consumo dos familiares e amigos. A família produz o vinho branco e o vinho tinto.
Perguntado sobre ampliar a produção, Canaverde enfatiza que os vinhos são como um hobby para ele e a família. “Com o crescimento do turismo, podemos ampliar e abrir a nossa casa e nossa adega para os visitantes. Vemos a dificuldade das vinícolas hoje, talvez num futuro próximo possamos fazer parcerias e conseguir dar destaque a nossa marca”.
Neste ano a safra é pequena, devido às fortes chuvas, as perdas foram significativas, não só para o produtor, mas toda a região e cidades que são grandes produtores de uva e vinho como Videira e Pinheiro Preto.
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A casa de campo Recanto Vinhos Grassi

O que antes era um projeto para o descanso da família, está se tornando um local turístico. Com capacidade para quatro pessoas, a casa de campo fica rodeada pela natureza, queda de água, açude, trilhas e próximo ao lago da usina Machadinho, além da casa ser toda equipada com dois quartos, banheiro amplo, cozinha, área com churrasqueira, deck em meio a natureza, banheira de hidromassagem e a cereja do bolo, a adega que fica no porão da casa.
A família possuía o terreno e uma casa antiga no local, antes não tinha água, energia elétrica e nem estrada, com a vinda de uma indústria de plástico nas redondezas, foi possível fazer as melhorias necessárias e construir a nova casa com ajuda dos filhos, inclusive o projeto foi desenhado por um dos gêmeos do casal.
Perguntado como é o nome do local, Canaverde lembra que antigamente tinha muito tamanduá nas redondezas, então chamavam de Recanto do Tamanduá, agora passou a se chamar Recanto Vinhos Grassi, pois o vinho que leva esse mesmo nome, é produzido no local.
A casa começou a ser construída em novembro de 2022 e está praticamente pronta. A propriedade conta também além dos parreirais de uva, com plantação de laranja e erva mate, sendo esta produzida a mais de vinte anos e comercializada para a erva mate Mazutti, o que faz pensar que a cada cuia tomada com a erva Mazutti, pode ser que ela tenha sido produzida no município de Celso Ramos.
A esposa Leonilde Grassi, junto de duas irmãs fabrica geleias de uva, morango, figo, doce de leite e demais frutas de época. Com o passar dos anos a procura foi aumentando e a produção se ampliando e hoje elas tem a marca Tre Sorelle, que pode ser observada em cada vidro o cuidado e capricho das irmãs.
A casa de campo já pode ser visitada e locada para visitantes, para quem quiser conhecer um pouco mais do local, pode acompanhar pelo Instagram: @recantoevinhosgrassi ou entrar em contato com os proprietários através dos fones: 49988428322 / 49988053892.