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A reforma do estado

Os graves problemas da educação em Santa Catarina não se resumem à defasagem salarial dos docentes, cujo drama não difere da decadência de escolas, do sofrimento dos pais e nem mesmo da realidade social constrangedora, que deixa fora do sistema de ensino mais de 40% dos jovens na faixa de 14 a 19 anos. Ou seja, mais de 800 mil jovens catarinenses vivem sem perspectivas de futuro, e eles fazem parte das gerações que, em breve, estarão respondendo pelo desenvolvimento social, econômico e político do Estado.

É comum ouvir que a escola pública já foi bem melhor. Sim, na Capital, Aníbal Nunes Pires, Paulo Michels, Eglê Malheiros, Nilson Paulo e outros formavam um time de elite dos anos 1950 e 1960 nos ginásios públicos, que se encolheram, assim como o juizado de menores, os centros de saúde, o transporte coletivo, enfim, o serviço público se deteriorou em nome do encastelamento de privilegiados inquilinos no poder do Estado. Os deputados, que em 2010 receberam 61% de aumento salarial, dispõem de mais de 20 funcionários em cada gabinete, e autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário recebem adicionais de moradia, mesmo residindo na Ilha. O Estado deve fechar 2011 com déficit porque quase todo o dinheiro arrecadado é consumido pela máquina.

O grande desafio do governador Raimundo Colombo é convocar todos os poderes para uma profunda reforma do Estado, mesmo se sabendo que alguma coisa depende de uma distribuição equânime da receita federal. Contudo, o Estado, com 1,1% do território nacional, não precisa de 59 secretarias. Minas Gerais, com 18,9% do território nacional, tem 15 secretarias. Raimundo Colombo herdou uma estrutura pública historicamente inchada e, por isso, precisa responder à sociedade de uma forma capaz de tornar o Estado eficiente.

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