Vimos nessas eleições mais um episódio do espetáculo democrático. Humor ou tragédia?

Vimos nessas eleições mais um episódio do espetáculo democrático. Humor ou tragédia? O fato é que agora não podemos mais reclamar, fomos nós os roteiristas. Voltaremos ao nosso lugar na plateia e pegaremos no sono durante as horas maçantes. Mas o espetáculo promete ser mais divertido dessa vez, com a eleição do palhaço Tiririca. E não vamos nos esquecer do craque Romário que, com o novo salário agora não terá desculpa para deixar de pagar pensão a todos os seus filhos. E deve lhe sobrar ainda para fazer outros.

A exemplo da eleição passada, em que foram eleitos Gilberto Gil, Frank Aguiar (nem ele sabe pra onde) e o falecido Clodovil. Essa de agora também foi rica em candidatos "exóticos". Tudo bem, eles animaram o período eleitoral e levaram humor à briga já chata entre os mesmos partidos de sempre. Mas elegê-los já é uma piada sem graça. Apesar de tanta corrupção e vergonha, governar é um negócio sério, exige preparação e competência. Colocá-los no poder não é voto de protesto, é um ato estúpido. Protesto e revolta é tomar a iniciativa, não empurrar para terceiros, cobrar resultados, fiscalizar, mobilizar a sua comunidade para agir. A história mostra que é possível derrubar uma ditadura, um presidente, o país é do povo. Trocar uma marionete por um palhaço não adianta. O Lula não se dá muito bem com o português correto, mas sempre esteve envolvido com questões políticas e, portanto, tem uma mínima noção de como funciona o governo. Duvido muito que Tiririca e outros tais saibam. São indivíduos que chegaram ao fim da carreira e não tinham mais nada a perder, então se lançaram à política na esperança de ganhar e encher os bolsos a exemplo de tantos outros.

É... O espetáculo está enriquecendo! Os impostos ficam com o leão e ninguém consegue domá-lo, o teatro de fantoches se renova, os trapezistas vão de um partido para outro num salto, o show musical é bem dirigido por Gilberto Gil, Romário fez um golaço pescando vários peixes "Pô, é isso mermo pexe...", conseguimos ainda um palhaço oficial. Mas nesse circo, chega uma hora em que é o povo que anda na corda bamba, e sem rede de proteção. Enquanto eles nos assistem comendo pipoca...