Agência Adjori acompanhou o lançamento das peças publicitárias

 A Associação dos Pacientes Renais de Santa Catarina (Apar) lançou nesta quinta-feira (24) uma campanha estadual para doação de órgãos, criada em parceria com a Agência Propague. Segundo a Apar, o principal motivo para a queda na doação de órgãos no País, e em especial em Santa Catarina, não é a falta de estrutura, mas, a negativa familiar.  No Brasil, a taxa cresceu de 41% em 2012 para 47% em 2013, número que se repetiu no primeiro semestre deste ano. Os dados são da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Em Santa Catarina, de janeiro a junho, a média de negativas foi de 43%.

Conforme informações da Apar, a principal justificativa das famílias para não doar órgãos, está baseada no fato de nunca terem conversado a respeito do assunto com o possível doador. Em Santa Catarina, a média neste ano foi de 13 doações efetivas mensais. Entretanto, a queda na taxa de realização do procedimento no país é preocupante. O transplante renal diminuiu 5,4%; o transplante de fígado diminuiu 5,7%; enquanto o de coração cresceu 3,3%. O transplante de córneas, que já havia diminuído 10% em 2013, novamente caiu 10% no primeiro semestre de 2014. No Estado, ao todo são 1.070 pessoas na fila de espera, sendo que as maiores demandas são por córnea (488) e rim (390).

A Campanha publicitária, elaborada voluntariamente pela Agência Propague, explora situações em que alguém confidencia para os familiares algo desnecessário. Uma informação geralmente constrangedora e desconfortável, que a família preferiria não ficar sabendo. Ao final das peças criadas, fica a mensagem: “Tem coisas que a sua família não precisa saber. Mas se você é doador de órgãos, isso sim você precisa informar”, explica Rogério Alves, diretor de criação da Agência.

Alves ressalta que a proposta da campanha não é necessariamente convencer alguém a se tornar doador. O objetivo, diz ele, é conscientizar aqueles que já são doadores, sobre a importância de avisar os familiares a respeito da decisão. Para o presidente da Apar, Juarez Alves Nunes, sempre que o tema é abordado pela mídia, aumenta o número de doações. “As pessoas precisam de estímulo para refletir e discutir o assunto em família”, diz o presidente da entidade.