CÉREBRO: DESAFIO CONSTANTE
Ver um jovem fazendo ginástica com o propósito de esculpir o corpo soa bastante familiar. Mas ainda estranhamos o fato de academias treinarem o cérebro para deixá-lo mais afiado. A ideia que vem sendo desenvolvida por precursores da neuróbica, espécie de aeróbica para o pensamento, defende que podemos formatar o nosso cérebro da maneira que queremos – e não se contentar com o que ganhamos da genética e do meio.
Na prática, funciona assim: para tirar o cérebro da zona de conforto, é preciso acostumar-se a desacostumar-se. Ou seja: fazer coisas diferentes e de forma inusitada. Colocar o relógio no pulso contrário, escrever com a outra mão ou vestir-se de olhos fechados são atividades que demandam a ativação de outras áreas da mente. A sistematização de outras áreas da mente. A sistematização dessas atividades chama-se neuróbica. Ao fazer isso, circuitos quase nunca ativados da rede associativa do cérebro são ativados, aumentando a flexibilidade mental.
Há muito já se tem conhecimento que alimentação sadia, sono regular, exercício físico e uso cognitivo (estímulo pela música, leitura ou matemática, por exemplo) são pilares para manter o cérebro ativo. O ponto é que, para cuidar bem, não basta mantê-lo ativo: é preciso desafiá-lo de maneira rotineira
- Um erro clássico é que muitas pessoas não dormem direito, não comem bem, não fazem atividade física e ainda por cima “aposentam” o cérebro. Aí a pessoa vai ver o filme e estranha não lembrar o ator – brinca a neurocientista Carla Tiepo.
Para tornar a massa cinzenta, Carla entende que a tecnologia ajuda, mas não substitui o estudo, uso de objetos concretos e as relações presencias. Isso porque as dinâmicas e interações são bons estímulos para as sinapses.
Referência:
ELY, Lara. Cérebro: desafio constante. Diário Catarinense, Florianópolis, 30 de agosto de 2014.
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