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CNDL e SPC Brasil apontam que número de inadimplentes cresceu em março

Setor bancário e comércio lideram parcelas em atraso, apresentando 66% das dívidas não pagas.

 O número de pessoas físicas inadimplentes conforme a base de registros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aumentou 6,58% em março de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado. Esta é a segunda maior alta já registrada para meses de março, de acordo com a série histórica do SPC, que contabiliza os registros desde janeiro de 2011. A partir deste dado, o SPC Brasil e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) estimam que, ao fim do referido mês, havia no Brasil cerca de 52,5 milhões de consumidores inadimplentes.

 

A inadimplência do consumidor vem crescendo desde o segundo semestre de 2013, coincidindo com a escalada dos juros básicos (taxa Selic) e, consequentemente, com o encarecimento do crédito. As informações são dos economistas da CNDL e do SPC.
 

Na avaliação da economista Luiza Rodrigues, do Serviço de Proteção ao Crédito, o resultado de março reflete o atual cenário econômico de desaquecimento da economia brasileira e de alta de juros, o que aumenta a dificuldade das famílias em honrar compromissos.

 

Em relação a fevereiro

Já na comparação com o mês de fevereiro deste ano, o número de consumidores inadimplentes subiu 1,31%. O resultado, segundo economistas, é consequência das compras não planejadas, contraídas em forma de parcelas no Natal do ano passado, assim como nas liquidações de janeiro. “As dívidas vencidas em dezembro e em janeiro ainda não foram pagas, o que explica o forte aumento do número de compromissos em atraso vencidos entre 31 e 90 dias”, explica Luiza. Ela também aponta o comprometimento do orçamento familiar com pagamentos de despesas típicas de início de ano como IPTU e IPVA.

 

Número de dívidas atrasadas

O número de dívidas em atraso na base de dados do SPC em março cresceu 0,75% em relação a fevereiro. A alta foi a segunda menor para março nos últimos cinco anos. Na comparação com março de 2013, entretanto, a alta foi de 3,81%, maior ritmo de crescimento em 13 meses.

Houve uma forte queda mensal no número de dívidas vencidas há menos de 30 dias entre março e fevereiro deste ano e uma alta expressiva (6,29%) no número de dívidas vencidas há menos de 90 dias.

Para a economista, fica claro que os gastos de começo de ano pesaram no bolso do brasileiro, que passou a enfrentar mais dificuldades para cumprir seus compromissos financeiros, especialmente as parcelas contraídas durante o Natal e o início de janeiro.

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Setor credor

A alta de 0,75% da quantidade de dívida em atraso, na comparação mensal, foi puxada por uma elevação expressiva (1,33%) do número de dívidas atrasadas devidas ao comércio. O segundo maior impacto nessa comparação veio da alta (0,51%) do número de dívidas que têm o setor de bancos, seguradoras e planos de saúde como credor. Ao contrário do que ocorreu em fevereiro, o número de dívidas cujos credores são empresas de serviços básicos (água e luz, por exemplo) caiu em março, na comparação com o mês anterior.

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Fonte: SPC Brasil. O nome do setor credor é uma simplificação da classificação CNAE. Para mais detalhes, veja a seção de metodologia.

Na comparação anual, os mesmos dois setores acima mencionados (comércio e bancos) também puxaram a alta, respectivamente com 2,30% e 4,19% de crescimento, pelo seu peso na base: em março de 2014, os dois setores, juntos, representavam 66% do total das dívidas em atraso registradas.

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Metodologia

O novo indicador SPC Brasil e CNDL de inadimplência do consumidor tem abrangência nacional e calcula tanto o número de brasileiros inadimplentes quanto o de dívidas atrasadas.

O indicador de consultas é divulgado pelo SPC Brasil e pela CNDL desde janeiro de 2012 e reflete as consultas de CPFs nas bases de dados do SPC.

 

Baixe o material completo e a série em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos.

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