Conhecendo a Segurança

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- ALEXSANDER BERNARDES DE SOUZA Bacharel em Direito - Especialista em Ciências Penais e em Criminologia, Segurança Pública e Políticas de Segurança Pública.
No mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (08 de março), nunca é demais lembrar a forma desigual em que a mulher ainda é tratada, as diferenças salariais em comparação com homens, oportunidades de emprego, dentre outras várias diferenças, além da conhecida jornada dupla de trabalho, pois geralmente a mulher cumula o serviço na rua e, quando chega, ainda tem o serviço doméstico, criação de filhos, e aí por diante.
Além de enfrentar a desigualdade, a mulher ainda tem que suportar outro fator que chama muito atenção, ainda nos dias de hoje: a violência contra mulher, a qual é praticada desde maridos, até pais, ou mesmo filhos.
O Mapa da Violência de 2015, que tem como tema "Homicídio de Mulheres no Brasil", (http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf), trás dados assustadores sobre o homicídio de mulheres nos dias de hoje.
Em Santa Catarina, segundo o Mapa da Violência de 2015, o número de homicídios contra mulher saltou de um total de 69 no ano de 2003, para 102 no ano de 2013. A nível de Brasil, temos um total de 3.937 assassinatos de mulheres em 2003, passando para um total de 4.762 no ano de 2013.
A nível mundial, o Brasil ocupa um assustador 5º lugar no triste ranking de homicídio contra mulheres, com uma taxa de 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, num grupo de 83 países com dados homogêneos, fornecidos pela Organização Mundial da Saúde. Estamos a frente apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Federação Russa.
Já o local onde esses homicídios acontecem (pesquisa com dados do ano de 2013), na sua maioria é em via pública, onde se concentram 31,2% dos casos, seguido do próprio domicílio da vítima, o que ocorre em 27,1% dos casos.
A pesquisa ainda mostra o alto índice de violência contra mulheres (física, psicológica), na sua mais diversa idade, têm diversos tipos de autor, desde pai, padrasto, cônjuge, ex-cônjuge, namorado, ex-namorado, irmão, filho e até mesmo mãe e madrasta.
Já o local das agressões em que a mulher é vítima, em sua maioria, ocorre na casa da vítima (71,9% dos casos), seguido da rua (15,9% dos casos).
Esses dados apenas demonstram como temos que evoluir culturalmente, moralmente e intelectualmente, para que os índices passem a diminuir. Não é aceitável em uma sociedade como a nossa, haver tanto caso de violência contra a mulher.
E o que surpreende, é que algumas vezes a mulher também é autora dessa violência, pois carrega valores de épocas passadas. Em outras, a mulher também é conivente, pois não denuncia o agressor.
De qualquer forma, que sirva de alerta esses dados, para que possamos futuramente reduzir o número de homicídio e violência contra a mulher.
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