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João Maria da Silva - 390

27/03/2014 14:38

A cultura do isolamento e do consumo. Se a gente modelar a vida como a sociedade quer, dificilmente seremos felizes. Pois viveríamos pelo princípio da imitação, e não da razão.

Quais são as coisas que são importantes na vida? É legal que a gente pense nisso. Neste momento, pensei nos programas de TV. O que mostram? A televisão glorifica o corpo físico, mostra brinquedos para vender à criançada, cartões para os pais. A televisão mostra muita violência, novela tem a intenção de deixar-nos mais ignorantes. Na verdade, fazem o que querem com os seres humanos. Somos meros produtos do meio.

Comecei a perceber que cerca da metade dos bens para a felicidade não tem preço de mercado nem pode ser adquirida em lojas. Você não vai encontrar em um shopping por exemplo: amor e amizade. Vivemos um momento em que esperar se transformou em uma palavra bem feia.

Não queremos esperar um minuto para o micro-ondas esquente o leite, se levar mais de um minuto, já ficamos nervosos e estressados. Não podemos ficar esperando que a pessoa que gostamos chegue, de modo que fazemos de tudo para acelerar o encontro.

Em nossas vidas pressionadas pelo tempo, parece que o brasileiro não tem mais tempo para esperar. Em nossa cultura do isolamento, inventaram o laptops, celulares, para que possamos nos aproximar das pessoas e nos afastar dos contatos mais próximos. Você já tinha se dado conta disso? Claro que poder falar com o primo que está a quilômetros de distância é bom, mas pular o muro para conversar com o vizinho virou coisa rara.

Por fim, percebo que parecemos contentes quando estamos comprando, gastando, nos isolando. Entretanto, se a gente modelar a vida como a sociedade quer, dificilmente seremos felizes, pois viveríamos pelo princípio da imitação, não da razão.

Referência:

SOMBRIO, Robson. A cultura do isolamento e do consumo. Diário Catarinense, Florianópolis, 10 de fevereiro de 2014.

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