Eles têm um propósito diário desde o momento em que escolheram a profissão de bombeiro, que é salvar vidas. Dia 2 de julho celebra - se o Dia do Bombeiro Brasileiro, a data foi escolhida como uma homenagem à criação do Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, inaugurado em 2 de julho de 1856, no Rio de Janeiro, e com comando do major João Batista de Morais Antas.
Na Região dos Lagos, Anita Garibaldi e Campo Belo do Sul possuem Unidades dos Bombeiros, sendo em Anita, Bombeiros Militares e Campo Belo os Bombeiros Voluntários.
Uma profissão digna de reconhecimento, afinal, eles colocam suas próprias vidas em risco para salvar outras e em muitos momentos são eles que dão o suporte, o acalento e a segurança para enfrentar certas situações em que o desespero toma conta. 
Para homenagear todos os bombeiros da região, a equipe do Correio dos Lagos conversou com dois profissionais que atuam no município de Anita Garibaldi há algum tempo, os quais falaram um pouco do amor à profissão, recordações e dos trabalhos diários desenvolvidos ao longo dos anos na comunidade anitense e da região.

Filippe Zavodni.
 Tem 27 anos de idade e há cinco anos a profissão caiu meio que de paraquedas em sua vida. O lageano estava terminando a faculdade de Direito e, no último semestre, os concursos públicos eram rotina, até que um amigo falou do concurso para bombeiro. Nesse período, Zavodni, como é conhecido, estagiava no Fórum em Lages e no último dia de inscrição resolveu arriscar a sorte e o conhecimento. "Eu não queria fazer, na verdade, pois já tinha feito bastantes concursos e para esse não tinha estudado, mas fui e passei. Mas só fui me ligar que realmente tinha passado quando entreguei a documentação e aí comecei a pensar, pois não tinha nenhuma ligação com bombeiros, nem influências, só entrei por concurso público, mesmo, e hoje estou aqui e amo a minha profissão", comentou.
Questionado sobre o impacto, pois a profissão de bombeiro enfrenta variadas situações, ele disse ter tido uma certa experiência quando trabalhou no IGP em Lages, o que ajudou a enfrentar situações diversas da profissão. "Lembro a minha primeira ocorrência de estágio, foi numa madeireira em Lages, um homem estava arrumando o forro e caiu em cima de uma máquina, tendo várias fraturas, mas estava auxiliado por profissionais experientes, o que ajudou bastante, mas, também, marcou bastante. A outra ocorrência foi em Celso Ramos, quando um caminhão carregado de milho caiu em um barranco e o motorista foi projetado para fora do veículo, ficando preso debaixo do caminhão. Tivemos muita dificuldade para atender a ocorrência, mas terminou tudo bem", lembra. Para ele, as primeiras ocorrências marcaram mais, porém sempre quando atendem alguém e depois ficam sabendo que essa pessoa veio a óbito, é um impacto, segundo ele. "Às vezes fico ruim por não ter conseguido salvar uma vida e imaginar que poderíamos ter feito mais, porém fazemos o que está ao nosso alcance e faz parte da profissão", comenta.
Para quem pensa em seguir a profissão de bombeiro, Zavodni repassa o mesmo que disseram para ele quando procurou um quartel lá no início buscando informações e um sargento que lá estava disse: "Tu vai sofrer um pouco nos primeiros meses de escola, mas tu não vai se arrepender, vai ser a melhor coisa do mundo", e isso gravou na vida do soldado que hoje não pensa em trabalhar em outra coisa a não ser bombeiro. "Eu aprendi a gostar. Antes não me imaginava fazendo isso e hoje não trocaria essa profissão por nenhuma outra, nem pelo Direito. Para quem está pensando em seguir essa carreira, digo que siga em frente, pois é muito gratificante".

Alexandro Barbosa.
Aos 30 anos, é bombeiro civil profissional. Natural de Campo Belo do Sul, atualmente reside em Cerro Negro e desde 2009 ingressou como bombeiro comunitário, oportunidade em que trabalhava 24h por mês como voluntário no quartel de Anita e no ano de 2011 fez um curso com duração de oito meses, o que garantiu tornar-se bombeiro civil profissional.
Questionado sobre de onde veio a inspiração para seguir a profissão, Barbosa como é conhecido, disse sempre admirar o trabalho desempenhado por estes profissionais e quando surgiu a oportunidade aproveitou. "Não tive influências da família para iniciar na profissão, porém eles sempre me apoiaram. A filha quer ser bombeira, a esposa fez o curso do CBAE, de certa forma estão todos envolvidos com a profissão que escolhi", comenta.
Barbosa, agora estuda para prestar o concurso de bombeiro militar e aguarda ansioso a abertura do edital. "Sou formado em Marketing e quero seguir a carreira e me especializar cada vez mais. Vou tentar."
O profissional que salva vidas, há três anos viu a sua vida mudar e para melhor, segundo ele. Pesando 23kg a mais que atualmente, ele viu que perder peso era uma meta a ser traçada e um objetivo a ser alcançado, e hoje ele corre diariamente 15km, cuida da alimentação e busca uma vida mais saudável. "O sedentarismo é um fator de risco, e quando comecei a me cuidar não imaginava que o resultado seria esse. Tive que mudar o guarda - roupas, trocar a farda por uma menor, mas hoje tenho uma vida saudável e não gosto nem de lembrar daquela época", brinca o bombeiro.
Questionado sobre o que ele diria a outras pessoas que pensam em ingressar na profissão, Barbosa diz que é preciso preparação e gostar do que faz. "Eu gosto, tive a oportunidade e aproveitei, os colegas são muito bons, nos tornamos uma família e pretendo ficar em Anita até me aposentar", finaliza.
Os dois profissionais desempenham o mesmo papel, a mesma atividade, a única coisa que diferencia é que Zavodni é bombeiro militar e funcionário do Estado de Santa Catarina e Barbosa é bombeiro civil profissional e funcionário da Prefeitura Municipal de Anita Garibaldi, mas a atividade de ambos é exercida com o mesmo comprometimento e amor pela farda e pela vida.