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Efeitos da Erva

 O uso frequente da erva agride artérias e predispõe a infarto, derrame cerebral e isquemia transitória. Maconheiro é louco para dizer que maconha não vicia nem faz mal.

Vou resumir uma revisão da literatura sobre os efeitos adversos da maconha no “The New England  Jounal of Medicine”, por pesquisadores americanos do National Institute  on Drug Abuse:
1) Dependência – Os inquéritos mostram que 9%  dos que experimentam se torna dependentes. Esse número chega 1 em cada 6 no caso daqueles que começam a usá-la na adolescência. Entre os que fazem uso diário, 25 a 50% exibem sintomas de dependência.
Comparados com os que começaram a fumar na vida adulta, os que o fizeram enquanto adolescentes apresentam 2 a 4 vezes mais sintomas de dependência, quando avaliados dois anos depois de fumar o primeiro baseado.
 Uma vez instalada a dependência surgem crises de abstinência: irritabilidade, insônia, instabilidade de humor e ansiedade.
2) Alterações cerebrais – Da fase pré-natal aos 21 anos de idade o cérebro está em estado de desenvolvimento ativo, guiados pelas experiências. Nesse período fica mais vulnerável aos insultos ambientais e à exposição a drogas como o tetrahidrocanabinol (THC).
Adultos que se tornam usuários na adolescência apresentam menos  conexões entre neurônios em áreas específicas do cérebro que controla as funções como aprendizado e memória (hipocampo), atenção percepção consciente (precúneo), controle inibitório e tomada de decisões (lobo pré-frontal), hábitos e rotinas (redes subcorticais).
Essas alterações podem explicar as dificuldades de aprendizado e QI mais baixo dos adultos jovens que fumam desde a adolescência.
3) Porta de entrada – Qualquer droga psicoativa pode moldar o cérebro para respostas exacerbadas a outras drogas. Nesse sentido, o THC não é mais nocivo do que o álcool e a nicotina.
4) Transtornos mentais – O uso regular aumenta o risco de crises de ansiedade, depressão e psicoses, em pessoas com vulnerabilidade genética. Uso frequente, em doses elevadas, durante mais tempo, modificam o curso da esquizofrenia, e reduzem 2 a 6 anos o tempo para a ocorrência do primeiro surto.
O que os estudos não conseguem estabelecer é a causalidade, isto é, se a maconha provoca esses distúrbios ou se os portadores deles usam a droga para aliviar suas angústias.
5) Performance escolar – Na fase de intoxicação aguda o THC interfere com funções cognitivas críticas, efeito que se mantém por alguns dias. O fato de a ação no sistema nervoso central persistir mesmo depois da eliminação do THC, faz supor que o uso continuado, em doses elevadas, provoque deficiências cognitivas duradouras, que afetam a memória e a atenção, funções essenciais para o aprendizado.
Essas relações, no entanto, são muito mais complexas do que os estudos sugerem. O uso de maconha é mais frequente em situações sociais que interferem diretamente com  a escolaridade: pobreza, desemprego, falta de estímulos culturais, insatisfação com a vida e desinteresse pela escola.
6) Acidentes – A exposição ao THC compromete a habilidade de dirigir. Há uma relação direta entre as concentrações de THC na corrente sanguínea e a probabilidade de acidentes no trânsito.
7) Câncer e doenças pulmonares. Embora a relação entre maconha e câncer de pulmão não possa ser afastada, o risco é menor do que aquele associado ao fumo.
                Por outro lado, fumar maconha com regularidade, durante anos, provoca inflamação das vias aéreas, aumenta a resistência à passagem do ar pelos brônquios e diminui a elasticidade do tecido pulmonar, alterações associadas ao enfisema pulmonar. Não há demonstração de que o uso ocasional cause esses malefícios.
O uso frequente agride a parede interna das artérias e predispõe ao infarto do miocárdio, derrame cerebral e isquemias transitórias. 
Nos Estados Unidos, país em que a maioria desses estudos foram realizados, o  conteúdo de THC na maconha apreendida aumentou de 3% nos anos 1980, para l2% em 2012. O aumento da concentração do componente ativo dificulta ainda mais a interpretação dos estudos sobre os efeitos de uso prolongado. 
Referência: VARELLA, Drauzio. Efeitos adversos da maconha.
 Folha de S. Paulo. São Paulo, 28 de junho de 2014. 
 
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