A despeito dos temores de contaminação pela crise europeia e norte americana, a economia brasileira, mesmo que novas medidas anticíclicas tenham de ser tomadas, deverá manter-se dinâmica e apresentar crescimento razoável no ano novo. Contudo, paralelamente essa questão conjuntural, há um fundamento estrutural decisivo que deverá, cada vez mais, representar um diferencial competitivo para o país: a energia.
As Nações Unidas proclamam que 2012 será o ano Internacional da Energia Sustentável para todos. Não é sem razão: dados da Rede de Conhecimento ONU-Energia indicam haver mais de 1,4 bilhão de pessoas, em todo o planeta, sem contar com eletricidade, enquanto outro bilhão tem acesso intermitente.Tal carência acarreta problemas de saúde, déficit educacional, destruição ambiental e atraso econômico.
O Ano da Energia integra iniciativa maior, liderada pelo próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que até 2030 pretende alcançar três grandes objetivos: assegurar que todos tenham acesso aserviços modernos de energia; reduzir em 40% a intensidade energética global e aumentar em 30% o uso de energias renováveis. Até parece que ele está falando do Brasil.
Nenhum país, como o nosso, tem respostas eficazes para o desafio de prover eletricidade, a começar pela principal fonte de nossa matriz energética, que é a hidrelétrica abundante, renovável, não poluente e ambientalmente correta quando asobras de usinas e barragens respeitam padrões adequados de reestruturação dos ecossistemas. Como se não bastasse, o Brasil é o país com a maior área agricultáveldisponível e com clima, solo e tecnologia para produzir biocombustíveis e bem menos poluentes.
O Brasil, sem dúvida deverá ser um dos protagonistas do Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos, iniciativa da ONU com a cara de nosso país, inclusive na resposta a outro problema que permeia esse tema: a concorrência entre a produção de alimentos e de energia.
Essas vantagens competitivas farão a diferença para o Brasil, pois respondem a um dos mais cruciais desafios da presente civilização.
P.S.: “Quem pensa tudo que diz é um sábio, quem diz tudo que pensa é um tolo”. (Anônimo)
Referência:
TREVISAN, Antoninho Marmo. Diário Catarinense. Energia à brasileira. Florianópolis, 03 de janeiro de 2012.
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