A vez da energia solar no Brasil.
É preciso uma revisão completa da política energética nacional na busca de um modelo moderno e diversificado.
O Brasil enfrenta uma das maiores crises energéticas da história. Confirmadas as previsões, chegaremos em novembro com apenas 15% da capacidade dos reservatórios das hidrelétricas, tornando-se inevitável a necessidade de racionamento de energia. O modelo energético brasileiro tem demonstrado claros sinais de fadiga, principalmente pela dificuldade de se implantar hidrelétricas no ritmo necessário. As razões são várias: regulatórias, técnicas, econômicas e, claro, ambientais.
É preciso uma revisão completa da política energética nacional na busca por um modelo moderno e diversificado. É aí que entra a energia solar. Apesar de pouco conhecida dos brasileiros, já está bastante consolidada em países como Alemanha, Austrália, Espanha, Itália, EUA, e China. A regulamentação nacional já permite que qualquer cidadão instale a própria usina solar numa residência, comércio ou indústria. Ligando esta “mini usina” na rede de distribuição, é possível entregar o excedente gerado à rede para uso em momento posterior – é a chamada “geração distribuída”.
Trata-se ainda da fonte com maior potencial do mundo, totalmente renovável e efetivamente acessível a todos. Por permitir a geração no próprio local de consumo, melhora a qualidade da energia e reduz os custos de transmissão. E por permitir projetos de porte bem variado, a expansão do setor se dá de forma pulverizada, sem atender interesses de grandes grupos econômicos e/ou empreiteiras.
A indústria está preparada para atender o mercado solar e aguarda ansiosa por ajustes regulatórios que permitam a massificação de sua utilização. É uma quebra de paradigmas histórica. E quanto antes iniciarmos o uso da energia solar, maiores a matriz energética mais limpa do mundo, gerando empregos, distribuindo riqueza, preservando o ambiente e tirando as crises energéticas do noticiário.
PINTO, Rodolfo. A vez da energia solar no Brasil. Diário Catarinense, Florianópolis, 4 de maio de 2014.
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